Três anos depois chega finalmente a 2.ª temporada – que será a última – de Arcane e a série prova que às vezes a espera vale a pena. A Netflix, numa ação que foge um pouco à sua reputação, não apressou Arcane a regressar e deixou o estúdio de animação levar o seu tempo. Qual o resultado? É que passaram-se três anos entre temporadas, mas a qualidade manteve-se no topo durante estes três primeiros episódios, considerados o Ato 1.

A história continua exatamente após os eventos finais da 1.ª temporada, com o caos em Piltover, tanto na Citadela como no submundo, devido à morte de Silco. A 1.ª temporada explorou, e de forma exímia, a relação entre Vi (Hailee Steinfeld) e Jinx (Ella Purnel), irmãs adotivas, mas separadas pelos eventos de vida que levam Jinx a revoltar-se contra tudo e todos. Esta temporada colhe rapidamente os frutos das sementes que foram plantadas na temporada anterior.

Para quem não se lembra, a 1.ª temporada terminou com Jinx a lançar um ataque devastador sobre os líderes de Piltover quando estes se preparavam para assinar um tratado de paz. Isto fez com que uma sociedade que já estava dividida pela pobreza, pelo preconceito e pelas ideologias entrasse em completo colapso.

Estes primeiros três episódios voltam a dar-nos o contexto do que se está a passar e quais são os principais envolvidos: temos a dupla de Vi e Caitlyn, temos Jayce e Viktor, Ekko e Heimerdinger e Jinx. Quem já conhece a lore por detrás das personagens de League of Legends está bastante entusiasmado para ver a história de Viktor.

A nível de animação está, mais uma vez, absolutamente incrível, mostrando que não é preciso um génio para perceber. Se derem tempo aos animadores, estes conseguem colocar algo com muita qualidade cá fora, assim como é com a banda sonora que acompanha e está muito mais presente do que noutras séries. A intro usa a mesma música dos Imagine Dragons, mas com imagens apelativas à relação e diferença entre Jinx e Vi e ainda tivemos direito a ouvir uma música oficial de Jinx.

Destes três episódios o meu favorito é o terceiro, porque já estamos por dentro deste mundo outra vez e apresenta-nos uma cena que já há muito era esperada entre duas personagens. Além disso, o final introduz-nos também algo novo que irá ser crucial para o resto da temporada. Algo que Arcane faz muito bem é que não precisas de ter jogado ou gostar de League of Legends para apreciar a história que está a ser contada. No entanto, para quem joga, vão colocando pequenos nuggets que aumentam o interesse de quem vê, como ver Jayce a pegar numa certa arma ou uma personagem usar um disfarce de uma skin. Nada disto é crucial para apreciar a série, mas é um extra para quem joga. Aliás, Arcane não pode ser reduzida a uma série de League of Legends. É uma série que explora uma sociedade fraturada onde há pobreza, diferenciação, onde ninguém é propriamente bom ou mau, mesmo Jinx ou Silco, que foram levados pela própria sociedade a tomar aquelas ações.

Estou muito entusiasmado com este regresso e mal posso esperar para ver os restantes seis episódios, que irão ser lançados em grupos de três no Ato 2, a 16 de novembro, e no Ato 3, a 23 de novembro. Quando terminares a temporada, volta ao nosso site para ler a crítica do final. Até lá, fica a impressão extremamente positiva sobre este Ato 1 da 2.ª e última temporada de Arcane.

E tu, o que achaste?