Com Temperance, Outlander apresenta-nos o episódio mais morno desta temporada até agora. Embora a temporada seja curta e haja o desejo de que muito aconteça, também é positivo ter episódios com menos ação, especialmente quando são tão bem elaborados como este e nos tocam as emoções.

Se no último episódio somos deixados chocados com a atitude de Fergus para com o filho, neste percebemos as razões que o levam a sentir-se desta forma. Fergus já viu como a sociedade pode discriminar pessoas diferentes. Aliás, não precisa de ir atrás aos seus tempos de Paris, basta olhar para o que aconteceu em Fraser’s Ridge neste episódio. Ver a personagem sofrer desta forma e expor as suas fragilidades no ecrã ao ponto de ponderar acabar com a sua vida não deixa ninguém indiferente. Tal como não deixou Jamie, que me arrisco a dizer que foi a personagem de destaque deste episódio. Jamie volta a demonstrar o bom pai e avô que consegue ser, tanto na forma como lida com a tentativa de suicídio de Fergus como na forma como lida com Germain e os seus amigos na experiência que estes tentam fazer com Henri-Christian. É impossível não ficarmos sensibilizados com estes dois momentos. Obviamente, não quero tirar o crédito também a Roger, que mais uma vez prova ser a ponte entre Fraser’s Ridge e os seus novos habitantes.

Ainda sobre Fergus, por muito que uma pessoa queira ser empática, por vezes, ele torna tudo bem mais complicado quando também é exemplo do que a masculinidade tóxica pode fazer a um homem. Embora isto não seja de todo sobre escolher um lado, Marsali esteve bastante bem na forma como lidou com ele e com o seu desrespeito. Esta cena em específico permitiu ver a química que Lauren Lyle (Marsali) e César Domboy (Fergus) têm, assim como a sua qualidade de representação. Eles estão, sem dúvida alguma, a roubar o foco de qualquer outra casal nesta temporada e estou a adorar ver. Tanto a sua química como a sua dinâmica enquanto casal acabam por ser muito mais interessantes do que Roger e Brianna.

Numa nota mais leve, temos o começo de um possível relacionamento amoroso entre Ian e Malva, que, embora pareça muito bonito e, tal como disse, “leve”, de certo não ficará assim por muito tempo, caso vá realmente avante. Os Christies terão as devidas reações. A esse respeito, continuamos, tal como os protagonistas, a investigar mais sobre esta família, pois parece que nem tudo bate certo. Se, por um lado, há toda a questão da relação de Tom com as mulheres porque há algo sobre a mãe dos seus filhos que não sabemos, também há toda esta obsessão – que é só esquisita e doentia – de chicotear a sua filha. Esperemos que os próximos episódios nos ajudem a retirar algum sentido destes acontecimentos. Claro que, embora do ponto de vista do enredo atual esta seja uma preocupação, tal como Claire referiu, a guerra está a chegar também, pelo que nos aguardam episódios bastante importantes.