Outlander regressou esta semana ao TVCine Emotion com Allegiance, um episódio que, numa grande escala, reflete onde cai a lealdade de várias personagens, seja de forma mais direta, como Jamie e Tom, ou de forma indireta, como Fergus. Voltamos a ter um episódio com mais de uma hora de duração – uma tentativa de compensar a menor quantidade de episódios, talvez.
De um lado temos Marsali a passar por um fim de gravidez custoso e com a ausência de Fergus, que já sentimos no primeiro episódio da temporada. Da forma como nos apresentam toda a trama, ficamos até ao fim nervosos sem saber qual será o desfecho para Marsali, chegando mesmo a acreditar que esta pode morrer. Muitos fãs estão descontentes com o rumo que o enredo de Fergus está a tomar, mas este está a ser o exemplo perfeito do quanto a masculinidade tóxica e o patriarcado podem afetar os homens e as suas relações interpessoais. Por isso mesmo, se Fergus se consegue perdoar por um segundo para estar presente com a esposa, ao ver o seu filho nascer anão ele não consegue evitar pensar que é o culpado e abandona novamente a família. Já Marsali não questiona nem por um segundo o seu amor pelo filho. Todo este desfecho ajuda também a explicar o porquê de esta gravidez ter sido mais arriscada, sem ser somente associada à falta de Fergus enquanto apoio.
Ainda relacionado com Marsali, temos Ian a falar do filho que teve com uma mulher Mowak e, claro, Jamie acaba por ouvir esta confissão. Esta informação é mais do que suficiente para perceber onde reside a lealdade de Ian em todo o conflito e mesmo que Jamie saiba que a história não será amiga dos povos indígenas, pretende dar-lhes o máximo de oportunidades possíveis, mostrando que a sua lealdade irá cair sempre – tal como para Ian – sobre a sua família.
Roger, ao ser chamado por Tom para presidir um funeral, fica mais envolvido com os Christies, o que acredito que dará um enredo bastante interessante durante a temporada e talvez o que ajude a salvar Claire e Brianna de serem vistas como bruxas. Nada pode parar as pessoas de terem uma opinião, mas Jamie tenta que uma opinião leve à discriminação das mesmas. Ainda assim, penso que Roger será uma boa ponte nesse sentido. Mas falando agora na questão das bruxas e de como qualquer mulher inteligente que elabore algo mais do que a expectável gravidez é rotulada de perigosa, não há grande novidade. Ainda assim, Claire e Brianna estão a tomar liberdades nunca antes vistas durante a série, talvez por estarem no seu cantinho em Fraser’s Ridge. Como este aspeto tem sido um grande foco nestes dois episódios, considero que estão ambas a brincar com o fogo (pun-intended) e que não tarda irão haver consequências sérias. Por muito que queira respeitar as diferentes crenças dos Christies, eles não parecem muito interessados em respeitar as restantes, pelo que até o facto de Tom querer ajuda com a sua mão, para mim, é suspeito.
Outlander consegue novamente esta semana trazer-nos um episódio que dá conforto, quer nos momentos sérios, quer nos momentos cómicos, sendo os principais a destacar a cena do funeral e a cena em que Jamie rejeita as duas mulheres e depois chega a casa cheio de saudades de Claire. Continua a ser um momento bem passado, ainda que não nos apercebamos do tempo a passar.