Com um elenco diversificado e repleto de carisma, Stranger Things brinda-nos agora com uma 4.ª temporada ainda mais sinistra, cómica e sangrenta. A 3.ª temporada de Stranger Things saiu há três anos e a verdade é que já estávamos mortinhos para rever as nossas personagens preferidas. Esquece tudo aquilo que achavas que sabias porque, em Hawkins, nada é o que aparenta ser.
A última temporada terminou com a terrível e devastadora morte de Billy (Dacre Montgomery) e com Hopper (David Harbour) a desaparecer, mesmo à frente dos nossos olhos. Sendo um dos personagens mais queridos dos fãs, o descontentamento inicial perante a sua morte aparente foi claro. Surpresa das surpresas: ele está vivo e determinado a escapar do sítio onde se encontra, para voltar para junto daqueles que ama. Além disto, assistimos também à extinção dos poderes de Eleven (Millie Bobby Brown). É como se nunca tivessem existido! E, ao longo destes sete episódios, percebemos o porquê.
Nesta nova e 4.ª temporada, o nosso grupo de amigos preferido da Netflix encontra-se dividido: Mike (Finn Wolfhard), Max, (Sadie Sink) Lucas (Caleb McLaughlin), Dustin (Gaten Matarazzo), Steve (Joe Keery), Nancy (Natalia Dyer) e Robin (Maya Hawke) mantêm-se fiéis às suas origens, em Hopkins, enquanto Will (Noah Schnapp), Joyce (Winona Ryder), Jonathan (Charlie Heaton) e Eleven se encontram algures na Califórnia. Depois dos acontecimentos da temporada passada, há que relembrar que Joyce pegou nos filhos e decidiu, num impulso, mudar de cidade, para longe de monstros, luzes intermitentes e mundos paralelos. Mal sabia ela que a distância nada faria para impedir o inevitável: mais drama, mais monstros e mais terror.
Os conflitos nesta temporada são quase individuais, como se cada um estivesse a lidar com o seu próprio problema – algo que ainda não tinha acontecido. Temos Mike, que viaja até à Califórnia para passar o Spring Break com Eleven, mas que acaba, em conjunto com Will e Jonathan, metido no meio de tiroteios inesperados e viagens intermináveis em carrinhas com cheiro a erva. Eleven, por outro lado, é levada para um laboratório, onde as memórias do passado a atormentam e onde irá perceber a verdadeira razão pela qual perdeu os poderes.
Paralelamente, em Hopkins, começam a surgir assassinatos espontâneos e perturbadores: ossos partidos, olhos revirados e figuras que mais parecem saídas de um exorcismo. Como não podia deixar de ser, Nancy, aspirante a jornalista, junta-se a Dustin, Max, Lucas, Steve e Robin e, juntos, começam uma investigação.
Numa mixórdia enorme de emoções e acontecimentos, são-nos apresentadas novas personagens, como é o caso de Eddie (Joseph Quinn), líder do clube Hellfire, do qual Dustin e Mike fazem parte, e que, de certa forma, passa a fazer parte do grupo; e Vickie (Amybeth McNulty), a mais recente paixoneta de Robin. Simultaneamente, Erica (Priah Ferguson), irmã de Lucas, e Murray (Brett Gelman) passam a ter papéis de destaque.
Ao longo destes episódios fui tirando algumas notas, que considero relevantes para quem vai ver a série: o estilo de Nancy é, nesta temporada, o epítome da perfeição e da moda; Steve e Dustin são a melhor dupla de Stranger Things; Murray e Joyce têm uma dinâmica que me fez chorar de tanto rir em algumas das cenas e, por fim, a banda sonora é dos melhores e mais fortes elementos desta 4.ª temporada. De Running Up That Hill, de Kate Bush, a Play With Me, dos Extreme, a variedade é imensa e a vibe dos anos 80 está lá sempre.
Nesta 4.ª temporada de Stranger Things, podemos contar com muitos traumas, flashbacks, ânsia e, acima de tudo, esperança de que estas personagens por quem nos apaixonámos em 2016 tenham finalmente paz e tranquilidade nas suas vidas. Confesso que já tinha saudades de Hopkins, das relações entre estes adolescentes e até do Upside Down. Bom binging!
Melhor Episódio:
Episódio 4 – Dear Billy – Este episódio está repleto de emoção, nostalgia e memórias. Enquanto alguém que adora verter uma lágrima ou outra enquanto vê séries e filmes, este episódio deu-me tudo aquilo que precisava: relações, realizações, risos e desespero. Afinal de contas, não adoramos temer pela vida das nossas personagens preferidas?
Personagem de Destaque:
Max Mayfield (Sadie Sink) – Para mim, Max sempre foi das personagens mais interessantes de Stranger Things. O seu contexto familiar e social, a relação que tem com a família e a relutância inicial nas amizades e relações foram apenas alguns dos elementos que a tornaram rapidamente numa das minhas personagens preferidas da série. Nesta temporada, a atriz Sadie Sink brilha como ainda não tinha tido oportunidade. Além de todo o processo doloroso por que está a passar, relativamente à morte de Billy, o irmão, toda a postura e atitude adotadas por Max só são possíveis pelo excelente trabalho e dedicação da atriz. Max tem das storylines mais intrigantes desta temporada e estou ansiosa para saber como é que acaba, na segunda parte da temporada, com data de estreia prevista para julho.