The 100 – 07×16 – The Last War
| 03 Out, 2020

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[Contém spoilers!]

Sete temporadas, 100 episódios e muitas histórias depois chegamos ao último episódio da série The 100!

Antes de passar a analisar e dar a minha opinião sobre o episódio final, quero dizer que em geral fiquei satisfeito com o que vi. Foi uma temporada difícil com muitas polémicas, tristezas, decisões que claramente não fizeram sentido e com uma história um tanto ou quanto chatinha, mas no final, tendo em conta tudo o que vimos, consegui acabar o episódio com um sorriso e com uma sensação de ciclo fechado.

Falando das coisas que não gostei, começo logo pelo beijo super desnecessário entra a Hope e o Jasper. Acho que se perdeu uma oportunidade para usar esse tempo numa outra cena que poderia ser mais interessante como o Jasper a preparar a máquina que revelou os discípulos ou até Raven a convencer Nikki a juntar o seu grupo na batalha. Outra coisa que tenho de falar é de Sheidheda. Manterem o personagem vivo para isto não me deixa nada satisfeito. A própria morte dele teria tido muito mais impacto se tivesse sido na batalha quando Indra lhe ia cortar a cabeça com a espada. Percebi toda a questão de ele lançar a guerra e tal, mas achei desnecessário. E, por fim, sinto que toda esta questão da transcendência nunca nos foi explicada. Nem digo isto pelo facto de não termos uma definição do que é. Acho até esta ambiguidade interessante tendo em conta que a própria religião, seja ela qual for, funciona um pouco assim. Mas não tivemos grande contexto nem explicação do porquê deste teste final. Apesar de The 100 sempre ter apresentado paralelismos relacionados com a religião, penso que esta questão passou um pouco para o surrealismo e sem contexto aparente. Sinto que me faltam peças neste puzzle.

O resto do episódio, aceitando o que vimos antes, até que funcionou bem. Começando por Clarke a falhar redondamente o teste. Até gostei disso. Foi humano e senti que Clarke fez o que tinha de fazer. Não achei justo, mas isso vale o que vale, o ser de luz ter julgado Clarke como fonte de toda a humanidade. Clarke fartou-se de se sacrificar ao longo dos anos para salvar tudo e todos, mas por ter assassinado Cadogan é logo julgada como a fonte de todos os males e condenada ao sofrimento. Ainda assim tivemos o regresso de Lexa. Bem, não era a Lexa, apenas a forma dela, mas ver a atriz Alycia Debnam-Carey de volta na pele de Lexa foi dos melhores momentos que me lembro ultimamente na série.

Mas bom, com tudo isto chegamos à conclusão que Bellamy tinha razão! De facto existia a tal transcendência que os seres humanos tinham de alcançar. Mas também sou sincero: não consigo acreditar que ele sabia tudo isto só pela fé. Espero que não me levem a mal. Respeito todos os tipos de fé desde que sejam saudáveis, coisa que a dele não foi e o fez mudar por completo sem justificação aparente. Foi claramente a grande falha desta série. Mas já falámos tanto nisso que não vale a pena continuar.

Tivemos um grande discurso da Octavia e a Raven a convencer essa tal luz suprema de que os humanos eram dignos de transcender. Por ventura foram os grandes momentos do episódio e ver todos os nossos personagens a transcender foi muito bonito. Não me perguntem porque é que no lugar deles ficou uma figura que lembra o Baby Groot. Eu não sei responder também! Tenho de deixar também uma nota especial para o momento do Murphy com a Emori. Ver a nossa barata favorita a tornar-se num herói foi lindo. Claramente o Murphy ganhou os nossos corações.

Mas claro, o grande momento final foi especial. Ao contrário do que já li, eu achei o final bastante bonito. Ver o pessoal recusar transcender para passarem o resto dos dias da vida todos juntos na terra com a Clarke foi poético. Tal como o Levitt disse à Octavia, eles queriam viver. Nem que fosse só um bocadinho. E achei que foi bonito ver o grupo a acabar todo junto ali na terra. Infelizmente, já foi confirmado que nenhum deles poderá ter filhos o que significa que quando todos morrerem será o fim da espécie humana mas gostei de ver o final. Eles finalmente são livres para viverem.

É triste dizer adeus a uma série que nos acompanhou durante tantos anos, mas acho que o fazemos na altura certa. A série tomou um rumo que nos deixou a todos desiludidos e estes últimos dois anos foram perdendo o encanto. Ainda assim, e como gosto de pensar nas coisas boas, fica uma série com mais momentos bons do que maus. Personagens que nos marcaram. Que nos ensinaram muita coisa. Que nos provocaram emoções. A televisão deve ser isto!

The 100 acaba com exatamente 100 episódios e com uma história de um grupo de miúdos que tiveram de viver uma vida peculiar. Tiveram de sobreviver, mas no fim conseguiram alguma paz. É uma série perfeita? Não. Mas a vida não é perfeita e por ventura a grande transcendência que todos nós precisamos é aceitar isso. Agora não vale a pena reclamar. Vale sim lembrar dos bons momentos e sermos gratos por termos vivido isso. Como alguém disse um dia “Não chores porque acabou, sorri porque aconteceu”. É esse o meu sentimento com The 100.

Obrigado a todos os que acompanharam as minhas reviews ao longo destes últimos três anos. Também por isso, por este compromisso de falar convosco, esta série terá sempre um lugar especial no meu coração. Mas quem sabe, muito brevemente, não voltarei com uma série nova.

May We All Meet Again

Carlos Real

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