[Pode conter spoilers]
“I have been poisoned, stabbed, and nearly exsanguinated, and the fact that I have lived to use that word as a verb is proof that I can look out for myself.”
Uma nova semana trouxe consigo um novo episódio de Batwoman, o 18.º desta sua 1.ª temporada. Neste episódio, Batwoman recruta a ajuda de Luke e Julia numa missão secreta com o objetivo de recuperar um dos itens mais importantes do arsenal do seu primo, Bruce Wayne. Enquanto Alice continua a desenvolver os seus planos dentro das paredes de Arkham, esta recebe uma visita inesperada de Jacob, que precisa da sua ajuda. Entretanto, Mary tenta provar o seu valor a Kate, e Sophie aproxima-se de uma colega de trabalho.
If You Believe In Me, I’ll Believe In You tem como realizador James Bamford. Conhecido pelo seu trabalho em Arrow, Bamford começou o seu percurso enquanto coordenador de lutas e acrobacias para a série, tendo subido a hierarquia até chegar a realizador, showrunner e mesmo produtor executivo. Este seu background mostra-se crítico desde os primeiros momentos deste episódio de Batwoman, os quais trazem à audiência mais uma excelente sequência de luta, que parece ser gravada em apenas um take.
Trata-se de um começo emocionante para mais um bom episódio da série, que vê os vários personagens numa frenética busca pelo valioso diário de Lucius Fox, mencionado em A Narrow Escape. O objeto, sabemos já, contém informações privilegiadas sobre toda a tecnologia criada por Fox para a companhia de Bruce Wayne e inclui, é claro, detalhes sobre como derrotar os morcegos mais famosos da cidade de Gotham.
Se no episódio anterior vimos Luke ocupar um lugar de destaque, na ação deste episódio é Mary quem rouba o protagonismo, sendo atirada para o centro da ação após Kate sofrer um imprevisto na sua mais recente missão. Ao contrário do que disse na review anterior, o início de If You Believe In Me, I’ll Believe In You não vê Mary como parte da bat-team – e Kate reforça essa mesma mensagem. De forma algo compreensível, a nossa Batwoman não quer colocar a sua irmã em perigo, muito menos após, a seu ver, ter perdido Alice. No entanto, Mary relembra a Kate que já se encontrava em situações precárias muito antes de saber que a sua irmã era a heroína da cidade, pelo que o argumento de Kate parece cair por terra. Felizmente, apesar da teimosia da nossa protagonista, Mary acaba por provar mais uma vez o quão valiosa é para esta equipa, merecendo de uma vez por todas um lugar oficial e permanente na mesma.
Entretanto, o plano que Alice opera a partir de Arkham origina todo um conjunto de reviravoltas e traições, que vêm a elevar ainda mais a fasquia dos acontecimentos da série. Após juntar forças com Tommy Elliot, a irmã de Kate abre as portas do asilo a Magpie (Rachel Matthews), prometendo tornar esta situação permanente caso a vilã seja capaz de lhe trazer o diário de Lucius. Ainda que Magpie pareça falhar redondamente na sua missão, aquilo com que Batwoman – e, de igual forma, a audiência – não conta é o facto de Reagan (Brianne Howey) ser irmã desta vilã, e partilhar deste seu mesmo objetivo. A personagem faz aqui a sua primeira aparição desde Who Are You?, e abusa da sua relação com Kate para conseguir recuperar o diário para a sua irmã. Apesar de se tornar claro que Reagan apenas o fez para ajudar Margot a ganhar a sua liberdade, acho correto assumir que Kate não a deixará sair desta situação impune, pelo que estou curiosa em ver onde esta traição levará ambas as personagens.
Se a traição de Reagan foi uma surpresa, então as revelações sobre Julia foram uma autêntica bomba. Descobrimos, neste episódio, que a filha de Alfred se encontra em Gotham sob falsas declarações: não só Julia já não trabalha para a SRR, tendo abandonado a companhia seis meses antes da ação deste novo episódio, como aparenta também estar em busca do diário de Lucius. Ainda que, neste momento, a personagem esteja sob gelo fino, tenho algumas teorias sobre o que se está a passar com Julia – em especial tendo acabado recentemente de ler os comics de Batwoman. Pessoalmente, acredito que a personagem possa estar a trabalhar para Bruce, de forma a restaurar o diário ao seu legítimo dono, impedindo que este caia nas mãos erradas, mas estou aberta a outras possibilidades.
Esta não é, no entanto, a razão por detrás da tensão entre Julia e Kate. Essa está reservada a Sophie, que se vê no centro de um triângulo amoroso com ambas as personagens, talvez até sem ela própria o saber. Neste episódio, Kate vai de ligeiramente incomodada com o assunto a completamente devastada quando percebe que Sophie confidenciou com Julia sobre a sua relação com a sua mãe, nomeadamente o facto de ter assumido a sua sexualidade perante a mulher, que não fala agora com a sua filha. Pouco a pouco, as teias deste triângulo vão-se complicando, ainda para mais com as novas revelações sobre Julia. Mas a verdade é que é bom drama, e mal posso esperar por ver o desenrolar desta situação.
Por fim, esta é também a semana em que várias personagens descobrem aquele que é talvez o segredo pior guardado de Gotham: Bruce Wayne é, de facto, Batman. Esta informação aparece como um choque para Mary, a quem Luke deixa escapar a informação, mas talvez mais significante ainda é o facto de Alice também o descobrir. A personagem pode agora colocar um nome ao herói que não a conseguiu salvar, e é expectável que a sua reação não seja das mais positivas.
De modo geral, Batwoman continua a adicionar novas e interessantes camadas à sua narrativa, complicando e interligando os seus vários elementos de forma bastante agradável. Com a sua season finale a aproximar-se a olhos vistos, parece-me que a série está bem encaminhada para nos trazer um final explosivo. Com um novo episódio a fazer a sua estreia esta noite, quais são as vossas expectativas e teorias para a conclusão desta primeira temporada de Batwoman?
Inês Salvado e Margarida Rodrigues