[Contém spoilers]
Olá e bem vindos de volta às reviews semanais de Killing Eve! Esta semana Villanelle (Jodie Comer) vestiu-se de palhaço e matou um miúdo que não lhe fez mal nenhum e, mesmo assim, eu casar-me-ia!
A série continua amena, naquele mood de início de temporada em que as personagens estão simplesmente a começar a pôr em marcha os seus planos, nada demais está a acontecer, mas as pistas começam a revelar-se. A familiaridade dos pares Eve (Sandra Oh)/Carolyn (Fiona Shawn) e Villanelle/Konstantin (Kim Bodnia) voltou e de repente parecia que estávamos a ver qualquer episódio da 1.ª ou 2.ª temporadas – algo que tem os seus aspetos positivos (não se muda uma equipa vencedora), mas também negativos (às vezes a equipa vencedora estagna e é preciso originalidade). Os episódios continuam a ser agradáveis de se ver, os caprichos de Villanelle são tão divertidos como sempre, mas este episódio em particular (não querendo dizer que se aplique ao resto da temporada) pareceu-me mais do mesmo e pouco inspirado. No entanto, outra vez, esse “mesmo” foi o que me fez gostar da série, portanto não é exatamente mau, simplesmente habituei-me a ser surpreendida a cada novo capítulo, algo que com esta temporada ainda não aconteceu (com a pequena exceção do final do primeiro episódio, claro).
Konstantin nunca deixou de trabalhar com os Twelve, Carolyn e Eve estão novamente a investigar à margem da MI6, Villanelle continua a matar a contrato (agora com um ajudante, que não durou muito!). Absolutamente nada me surpreendeu neste episódio, a não ser talvez o novo lado mais volátil e vulnerável que vimos de Carolyn, que, mesmo assim, era de esperar considerando que ela acabou de perder o filho. Eve descobre que Villanelle está a trabalhar outra vez, Villanelle descobre que Eve está viva, uma vomita, outra chora – se este jogo de gato e rato não terminar esta temporada não vejo a série a ter grande futuro.
Porque será então que, mesmo assim, desfruto tanto do tempo que passo a ver Killing Eve? A resposta está no elenco. Esta série ganhou o jackpot com Sandra Oh, Jodie Comer e Fiona Shaw. As três atrizes fazem qualquer episódio mais fraco ter um brilho que simplesmente não se encontra em mais nenhuma série, porque mais nenhuma série tem a sorte de as ter. Sim, as storylines pareceram-me repetitivas; sim, os plot twists (o íman era um microfone, quem diria) foram totalmente previsíveis, mas tal não importa tanto quando espalhados pelo episódio temos momentos como a explosão de Eve no velório de Kenny (Sean Delaney), o desconsolo de Carolyn no seu carro ou a reação de Villanelle ao ouvir o seu “aluno” falar sobre o namorado que não lhe dá o devido valor.
O ambiente da série e o talento do elenco, que produz cenas especiais como estas todos os episódios, sem exceção, permanece impecável. Agora, só precisa de um empurrãozinho para o enredo arrancar e voltar a ser tão espantoso como o foi nas primeiras duas temporadas. Empurrão esse pelo qual ponho as mãos no fogo, aqui mesmo, de como estou certa que vai chegar. Achar que sei o que vai acontecer durante o resto dos episódios, numa série como esta, seria pretensioso e errado. A mim parece-me que a temporada vai ter um crescendo ainda mais lento que o habitual, o que não quer dizer que o clímax não seja tão espetacular como sempre (façamos figas).
Estará Konstantin ligado diretamente à morte de Kenny? Será que a morte não teve sequer nada a ver com os Twelve, mas com qualquer outra coisa que Kenny estaria a investigar? Qual vai ser o papel da irmã de Kenny? O que foi que Dasha (Harriet Walter) fez a Villanelle no passado? Os colegas de trabalho de Kenny são de confiança? Ainda muito se vai passar esta temporada e aqui estaremos para o processar!
Francisca Tinoco