Este artigo contém spoilers!
No final do último episódio descobrimos que Clarke ainda estava viva algures dentro da cabeça dela. Bom, todos conhecemos a protagonista da nossa série, por isso não seria novidade para ninguém que Clarke iria fazer de tudo para regressar e foi o que vimos neste episódio. Nevermind é um episódio meio Lynchiano e que vai ao subconsciente da personagem e trabalha o tema de sonho/mente de uma forma muito interessante para nós que acompanhamos a série ao longo dos últimos seis anos.
Quando Josephine apareceu e disse que a Clarke tinha morrido todos nós torcemos o nariz. Claro que nunca acreditei que fosse possível não trazerem Clarke de volta, mas confesso que a personagem Josephine foi-me cativando e de certa forma, deu-me mais vontade de ver a Clarke mesmo que esta fosse outra pessoa. Presumi que Bellamy fosse tentar arranjar uma forma meio inexplicável e iriam trazer a Clarke de volta sem grande explicação mas a verdade é que é a própria Clarke a lutar com as suas forças para voltar. Só por isto, acho que já foi uma escolha vencedora no sentido que deram o poder à própria personagem e, por outro, fugiram a um cliché que seria previsível.
Clarke e Josephine lutam na cabeça destas para assumirem o posto de comando, digamos assim. A luta é interessante porque é bem mais psicológica do que física o que se enquadra bem com o tema desta temporada. É engraçado perceber que dentro da cabeça de Clarke existem vários momentos do passado que ela visita e em todos eles, ela vai percebendo algumas decisões que tomou e coisas que viveu. A conversa dela com Monty é um dos momentos que mais gostei do episódio porque acaba por ser quase uma conversa dela com a própria consciência e também por que foi bom ver Monty de volta. Gostei também da parte onde Clarke acaba por deixar que Josephine assuma o corpo dela por ser esse o bem maior. Ainda assim, ela percebeu que esse não seria o bem maior e conseguiu mesmo avisar Bellamy que está viva!
Foi um excelente episódio. Diferente do que estamos habituados. A imagem assumiu algum protagonismo uma vez que o movimento de câmara foi bem trabalhado para construir a ideia de sonho e subconsciente. Mas a nota principal vai para as atrizes Eliza Taylor e Sara Thompson, que interpretam nomeadamente a Clarke e a Josephine. As duas carregaram o episódio nas costas e conseguiram criar um elo interessante para duas personagens tão complexas. Fica mais um bom episódio nesta temporada com uma nota acima da média até ao momento.
Carlos Real