Este artigo contém spoilers!
Wowwww!!! É o que posso dizer sobre este episódio. Há muito tempo que não via um episódio de The 100 que me deixasse assim. Como disse antes, esperava que a partir destes três episódios mais introdutórios que a série me surpreendesse e foi o que aconteceu. Este é de longe o melhor episódio da série até agora e um dos melhores dos últimos tempos, contando com temporadas passadas.
Mas vamos por partes. Uma das coisas de que mais gostei foi da forma como o episódio foi construído. Fez-me lembrar as tragédias gregas onde tudo acaba em morte e sangue e ficámos com o coração nas mãos. O episódio começa com um tom muito leve, festivo e propício ao amor. É o dia da celebração, isto é, um dia onde o pessoal de Sanctum se junta e pede desculpa pelos seus erros. Depois existe uma espécie de purga de um dos elementos que se torna parte da família real. Esta celebração será em honra a Delilah. Nota aqui para um diálogo muito bom entre Delilah e Jordan onde este abre o coração sobre o tempo em que viveu com os pais no espaço. Ele explica como os amigos deles eram caras debaixo de um vidro, por estarem a dormir, e que ele próprio acabou por se tornar um. Este diálogo é brilhante e filosófico tendo em conta o que viria a acontecer mais à frente.
Com este ambiente festivo de celebrações e festa deu, claro, para o amor. Delilah e Jordan continuaram a espalhar carinho por onde passavam, mas foi Clarke quem encontrou um novo amor. Ela conhece o médico Cillian e os dois evolvem-se após uma dança sensual. Até Raven encontrou um potencial interesse amoroso. Ela descobre que existem motas em Sanctum e que eles têm uma oficina. Lá ela conhece o mecânico Bryson e os dois meio que se interessam um pelo outro. Pelo menos a cena deu a entender isso. Uma pausa aqui para dizer que não gostei desta “relação”. Raven acabou de perder o homem que amava e de repente, do nada mesmo, já lhe estão a meter outro interesse amoroso? Parece que não sabem bem o que fazer com Raven. Ou ela é o crânio das tecnologias e ajuda o grupo ou conhece um bad boy e interessa-se por ele. Acho que podiam explorar outros lados da personagem.
Fora disto tudo tivemos Octavia, que tinha sido sequestrada pelos filhos de Gabriel. Ao que parece, Gabriel existe mesmo. Pela descrição, será um velho escondido algures que ninguém sabe se está vivo ou morto. Este nomes bíblicos também são interessantes de acompanhar. Temos Gabriel, Delilah e o próprio Sanctum (Santuário). É algo para ficarmos atentos. Octavia vê-se presa com Rose, a menina com night blood que eles tinham raptado no último episódio. Parece que Octavia ganhou um apego à menina e faz tudo para a salvar. Achei esta conjuntura bonita, isto é, trazer uma personagem novinha e pura para que a Octavia ganhasse um lado mais humano. De certo modo, foi como se ela visse na Rose uma representação da Octavia pequenina e frágil com medo de tudo e a tivesse de salvar. Mas quem aparece cheia de pinta é Diyoza, que mata os filhos de Gabriel. Infelizmente, uma bala solta de um dos filhos de Gabriel acerta em Rose e mata-a no momento mais triste do episódio. E, meus amigos, é aí que o tom leve e feliz do episódio muda. Octavia e Diyoza juntam-se e partem para exterminar todos os filhos de Gabriel e o próprio Gabriel em pessoa.
No Sanctum, Delilah é coroada e levada pela realeza para uma sala secreta. Antes de ir, e muito assustada, beija Jordan e diz-lhe: “Não me deixes ser uma cara atrás de um vidro”. É aí que sabemos que vai dar tudo errado. Delilah sai da sala com uma postura e predisposição completamente mudadas. Ela agora dá pelo nome de Priya e quando Jordan a tenta abordar, ela olha para ele como se nunca o tivesse visto antes. Ao mesmo tempo, Clarke é drogada por Cillian, que se revela como um infiltrado dos filhos de Gabriel. Ele só queria Clarke por causa do sangue dela! Queria saber que todos os que vieram do céu tinham sangue real como ela. Pois é! E estão a pensar que foi tudo, não é? Nope. Os guerreiros do Sanctum descobrem a verdade sobre Cillian e ele, em vez de se tentar explicar, corta o pescoço à frente deles. Clarke está drogada e não se consegue mexer. Russell leva Clarke até à sala secreta e fala com a mulher dele sobre usar Clarke para trazer de volta a filha delas. É é exatamente o que fazem! Clarke já não existe, agora conhecemos a Josephine Lightbourne VII!
Que episódio! Deixou-me cheio de vontade de ver mais. O ritmo narrativo deste episódio é fantástico. Parece uma música de orquestra que começa lenta e suave e se vai tornando agressiva com o tempo. A própria mudança no comportamento das personagens é brutal. Não só em Delilah, mas o próprio Russell, que sempre parecia o líder e o dono daquilo tudo, dentro da sala parecia um pai desesperado que só queria a sua filha de volta. Ao contrário da sua mulher, Simone, que até agora sempre foi uma personagem sem muito a dizer e de repente apareceu como sendo fria e calculista e provavelmente o cérebro por detrás daquilo tudo. É isso, o Sanctum de santuário não tem nada; eles usam os night blood para trazer os mortos de volta. É claro que isso vai trazer problemas, mas esta análise também já vai longa, por isso é esperar pelo episódio 5 para ficarmos a saber mais.
E vocês, o que acharam?
Carlos Real