Vivir Sin Permiso estreou na última sexta-feira na Netflix. Esta 1.ª temporada conta com treze episódios, já todos lançados pela plataforma de streaming.
Esta série conta com um ator de peso, espanhol. Alguns poderão não o conhecer, mas a outros, sobretudo a geração dos meus pais, diz-lhes muitos. José Coronado conta com uma carreira de muitos anos na área da representação, é um nome que só por si vale muito. Quando escolhi fazer esta review sabia que a sua prestação não ia desiludir e não desiludiu. Todo ele enche uma cena, dotado de uma voz que nos envolve e nos prende ao seu acting.
Vivir Sin Permiso, traz-nos a história de Nemo Bandeira (Coronado), que no dia em que completa 60 anos é diagnosticado com Alzheimer. Bandeira, um barão da droga com um negócio de conservas de fachada para esconder o trafico, vê-se agora na iminência de passar a gerência do negócio aos filhos por temer não conseguir dar conta do recado. A filha é curadora de uma galeria de arte e o filho gosta mais do produto que o pai “comercializa” do que propriamente de geri-lo. Resta-lhe ainda uma filha, bastarda, que não quer nem saber da existência do pai. Mario (Álex González), é o seu braço direito. Afilhado de Nemo, esperava ser ele a ficar a gerir o negócio do padrinho, por ter consciência que nenhum dos filhos tem perfil para o fazer e irá tentar de tudo para conquistar o lugar que crê ser seu por direito. Comandar o narcotráfico na Galiza não é tarefa fácil e precisa de alguém com punho para o fazer.
Sem desprimor pelos restantes atores, tenho que destacar também o papel de Álex González. Há séries em que facilmente nos apercebemos de quem já tem alguma “estaleca” nesta área e Álex é um deles. Curiosamente, Coronado e González já contracenaram juntos numa série que passou na televisão portuguesa, na RTP2, El Príncipe.
A premissa é boa, tem alguma ação, tem drama e cenas amorosas, com uma fotografia muito boa que nos mostra as maravilhas do oeste de Espanha. Peca muito pelo tamanho dos episódios; creio que não havia necessidade de se fazerem episódios tão grandes, correndo-se o risco de começarem a aborrecer. Chega a roçar, assim ao de leve, a telenovela. Às tantas dei por mim a revirar os olhos porque nunca mais acabava. Apesar de ser interessante, teve muita “palha”.
Para quem gosta deste género de series, vai com certeza adorar Vivir Sin Permiso. Tem muito boas prestações e uma história interessante, contudo há que perdoar o tamanho dos episódios.
Ana Galego Santos