Estava bastante ansiosa por ver The Umbrella Academy e mal a Netflix gentilmente nos forneceu os quatro primeiros episódios da 1.ª temporada, dediquei-me a consumi-los afincadamente.
The Umbrella Academy é baseada na banda desenhada homónima da Dark Horse Comics, vencedora de um prémio Eisner (os Oscars dos comic books) e possui uma premissa aliciante, apesar de ser um bocado amalucada.
No mesmo dia, em 1989, nascem quarenta e sete bebés, inexplicavelmente e aleatoriamente de mulheres que momentos antes não estavam grávidas. Sim, no espaço de minutos, cada mulher sofreu 9 meses de gravidez mais o parto! Reginald Hargreeves (Colm Feore), um bilionário excêntrico, conseguiu adotar sete dessas crianças (as únicas que nos são apresentadas) e resolveu dar-lhes uma educação peculiar, treinando-as para combater o crime e salvar o mundo. Quanto a amor e carinho, pelo menos da parte dele, é pouco ou inexistente. Só o facto de ter dado os nomes de Number One, Two, Tree, Four, Five, Six e Seven, a cada um, é o suficiente para perceber o afeto que nutre por estas crianças. O que lhes vale é um chimpanzé e uma “mulher” a quem chamam mãe.
Após a adolescência, a equipa foi-se separando, cada um com o seu motivo, até chegarmos à história principal, uns anos mais tarde, onde os seis sobreviventes se reúnem para o funeral do pai adotivo, que pode ou não ter causas naturais. Luther (Tom Hopper), Diego (David Castañeda), Allison (Emmy Raver-Lampman), Klaus (Robert Sheehan), Vanya (Ellen Page) e Number Five (Aidan Gallagher) vão tentar desvendar o que realmente aconteceu a Hargreeves, ao mesmo tempo que lidam com as diferenças de personalidade de cada um e a ameaça do apocalipse, num futuro muito próximo. Não se preocupem que existem vários momentos pertinentes onde vemos flashbacks da equipa maravilha em ação, quando eram crianças.
Sendo fã das séries da Marvel da Netflix (snif snif, R.I.P.), posso afirmar que The Umbrella Academy aproxima-se bastante da qualidade de Daredevil e Jessica Jones (as minhas preferidas), possuindo um registo próprio que a distingue das restantes séries de super heróis.
Do que pude observar nos quatro episódios, fiquei fascinada com os cenários sombrios, os detalhes da decoração da casa do bilionário excêntrico e os efeitos especiais. Com os mesmos realizadores de séries como Altered Carbon, Daredevil, Fear the Walking Dead e The Last Kingdom, não é de admirar que as cenas de ação estejam bem elaboradas e as lutas bem coreografadas. O desenrolar da história faz sentido e possui um ritmo que nos permite acompanhar os acontecimentos sem se tornar aborrecido. Os diálogos mantêm um frequente toque de humor negro e a banda sonora é apropriada às respetivas cenas.
Quanto às personagens, gostei em especial de Vanya, a única dos sete que não possui poderes e por esse motivo é colocada de parte. Não posso deixar de mencionar Klaus, o comic relief da série e que cumpre na perfeição esse papel, em grande parte devido à representação do ator. Mary J. Blige, que apesar de ser mais conhecida no mundo da música, não se sai nada mal na representação e acho que vão gostar da sua personagem, Cha-Cha. Por fim, estou curiosa por ver Kate Walsh, cujo trabalho acompanho desde Grey’s Anatomy e que vai entrar nesta série, mas que não aparece com a sua personagem nestes primeiros episódios.
Escusado será dizer que após terminar os quatro episódios fiquei a chorar por mais. Lá terei que esperar por dia 15 de fevereiro para ver os restantes…
Netflix, continua a presentear-nos com apostas como esta, por favor!
Ana Velosa