Pure é uma série de crime e drama canadiana que estreou em 2017 na CBS, mas que chega agora ao mercado norte- americano. Dividida em seis partes, esta série segue o contrabando de drogas entre uma comunidade de Menonitas no sul de Ontário e outra comunidade no México.

Sempre tive curiosidade em conhecer estas comunidades, que vivem de uma forma tão diferente do que estamos habituados. Os menonitas são, no episódio, muitas vezes comparados aos amish pela sua forma de vida antiquada: deslocam-se em carroças, não usam telemóvel ou outros equipamentos tecnológicos e usam roupa conservadora, muito característica de tempos passados. Esta caracterização da comunidade não desiludiu, gostei bastante do contraste que o episódio realçou entre o estilo de vida dos menonitas e a vida da restante população de Ontário. Há umas cenas no episódio que retratam a forma como os filhos mais novos são gozados na escola secundária pelas suas roupas, o que realça bastante bem as diferenças e dificuldades que estas comunidades enfrentam.

A caracterização da época e da comunidade foi o melhor do episódio, ficando o resto bastante aquém. As personagens não foram minimamente interessantes para eu ponderar continuar a ver a série, a história do contrabando da droga também não teve drama suficiente para eu querer saber como vai acabar… É provável que melhore, mas para um primeiro episódio que é suposto captar a atenção da audiência não teve muito sucesso. Aliás, acho que se a história tivesse personagens mais interessantes funcionava melhor como um drama à volta das relações familiares do que propriamente como uma série de crime. A parte do crime pareceu mais uma história paralela do que o tema central.

Li também um comentário online que dizia que a representação da comunidade dos menonitas tinha vários erros, o que me deixa triste porque essa é a característica que distingue a série de tantas outras acerca de contrabando de droga. Considero que apostaram bastante na cinematografia e na caracterização da comunidade e seria assim essencial que esta fosse o mais realista possível. Uma série com um conceito interessante, mas que infelizmente não chegou ao seu potencial!

Ana Oliveira