Butterfly – 01×01 – Episode 1
| 25 Jan, 2019

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Esta review pode conter spoilers!

Butterfly é uma produção ITV que estreou em outubro do ano passado, mas só agora será transmitida por terras americanas. Esta minissérie (infelizmente) está apenas dividida em três partes, rondando os 40 minutos por episódio.

Uma produção com uma temática extremamente relevante, retrata a vida de Max, um menino de 11 anos que se identifica como rapariga e enfrenta todos os desafios que daí advêm: a aceitação por parte dos pais, o bullying na escola e a sua própria auto-descoberta, aprender a aceitar-se a si mesmo e a conquistar amor próprio.

Achei que o tema foi abordado de forma muito delicada e realista, tendo o cuidado de mostrar todos os processos que Max e a sua família passam, até todos se aperceberem que Max não passa apenas por uma “fase”, mas que é quem ela é no seu interior. Mostra também a intolerância (e certa ignorância) que a geração mais velha tem acerca de pessoas transgénero, que se vê quando os avós de Max insistem que ela é gay.

Tenho também que dizer que este primeiro episódio não me surpreendeu, no sentido em que, lendo a sinopse, já estava à espera de um certo tipo de problemas serem abordados: os pais que não aceitam completamente a realidade do filho e pensam que é uma fase e o bullying por parte dos colegas da escola, por exemplo. É verdade que apresenta uma visão realista da situação, mas sou da opinião de que a televisão deve mostrar bons exemplos e modelos para seguir. Assim, penso que seria interessante se a série apresentasse uns pais que o apoiassem incondicionalmente ou uns colegas que gostassem dele sempre, não querendo saber do género. Não querendo ir muito off topic, fico sempre agradavelmente surpreendida quando as séries alteram as minhas expectativas e mesmo apresentando o que pode ser considerada uma perspetiva mais inocente e utópica da situação, é uma boa oportunidade para mostrar como seria uma sociedade mais tolerante e compreensiva.

Ainda sobre este tópico de bons exemplos de tolerância na televisão, a relação entre Max e a sua irmã mais velha Lily aqueceu o meu coração! Lily é um exemplo perfeito de alguém que apoia Max incondicionalmente e não tem qualquer problema, nem vergonha que Max seja “diferente”, como é visto por toda a gente. Para Lily, é apenas o seu irmão, que em breve se tornará a sua irmã. A relação é a mesma, nada tem que mudar.

A interpretação de todo o elenco é, sem dúvida, um ponto a realçar! Não só os pais que fazem um papel espetacular a retratar a confusão de sentimentos por que passam na sua caminhada para aceitar Max, como os atores mais novos, que se portaram lindamente nos seus papéis!

Tenho muito pena que a série só tenha três episódios, porque adorava continuar a seguir a família de Max por mais tempo, muito além da sua transformação. Considero que mais séries com estas temáticas deviam estar na televisão, por muito mais tempo. Mas com mais histórias felizes, por favor! Mostrem que ser transgénero ou gay ou qualquer outra minoria não tem que ser problemático, nem temos que percorrer este longo caminho de aceitação. Um dia…

Ana Oliveira

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