[Contém spoilers]
Como as cinco viraram três
“iMprint” tinha uma sinopse que prometia respostas a grandes perguntas, mas a resolução final acabou por ser uma espécie de rascunho pouco satisfatório.
Durante todo o episódio posso apenas apontar para duas cenas de que gostei particularmente. Uma delas foi a revelação de que a máscara de inocência de Rebecca é muito mais elaborada do que poderíamos imaginar. Anseio que haja uma explicação sólida para o distúrbio mental da personagem e que a explicação não seja só “é uma sociopata”. Este twist (pun intended) de ela ter assassinado a sua família veio acrescentar boas camadas à narrativa, mostrando que nem todos os mutantes que estavam internados são inocentes e que o mundo de The Gifted não se pode ver a preto e branco. No entanto, a joia da semana foi-nos entregue por Skyler Samuels com a sua emotiva abertura para com Lorna, mostrando-nos a origem das Cuckoos Sisters (das cinco irmãs). Gradualmente, Esme tem vindo a perder a designação de vilã e mostra um lado muito mais humano (humano? Se calhar a palavra mais adequada seria demonstrar compaixão). Pudemos ainda ver um relance do espírito da Lorna da 1.ª temporada e é disso que precisamos mais.
No restante episódio mantêm-se as críticas negativas de que o Mutant Underground continua a lutar e lutar, mas sem aparentemente sair da mesma situação e começa a ser difícil apoiar a sua filosofia. A luta entre mutantes e humanos no ataque dos Purifiers, se por um lado veio mostrar que o grupo funciona muito melhor com orientação de Jace, por outro veio realçar que os mutantes neste universo de The Gifted são demasiado fracos. Mesmo o impacto da morte de Shatter não foi o suficiente para desviarmos o olhar deste facto.
Uma queixa comum nas séries é o excesso de dramatização das situações e enquanto se percebe que esta seja precisa para uma profundidade relevante na história e personagens, sem falar que quando bem realizado é aquilo que dá vida à série, regra geral, em The Gifted o que vemos é um esticar para uma novela mexicana para a qual não temos grande paciência. E realmente começa a faltar a paciência de que esta série alguma vez vá viver o potencial que demonstrava ter, não é de todo de admirar que as audiências andem a cair a pique e que haja o risco de poder vir a ser cancelada.
“no Mercy” é onde todos vão poder mostrar o que valem; a mid season finale que certamente moldará a opinião do público para continuar a acompanhar a série ou não. O Inner Circle vai finalmente pôr o plano de Reeva em ação, mas o Mutant Undergound não ficará simplesmente parado. O confronto é inevitável: irmão contra irmão, amante contra amante, família contra família, mutantes contra mutantes. Não percam! Até lá, não temam o que não conhecem!
Emanuel Candeias