Contém spoilers!
Criada por Meaghan Oppenheimer para o Facebook Watch (essa coisa maravilhosa que foi inventada) e protagonizado por Catherine Zeta-Jones surge Queen America, uma série de humor negro que destaca diversos problemas da sociedade como distúrbios alimentares, anorexia e a síndrome do corpo perfeito.
Com realização de Alethea Jones, a temporada conta apenas com três episódios de cerca de 30 minutos cada e segue a premissa da série Insatiable, da Netflix, com uma coach de concursos de beleza que faz tudo para atingir o estrelato ao vencer a competição da Miss USA.
Este primeiro episódio começa com Hayley Wilson (Victoria Justice) a correr na passadeira com uma coroa na cabeça, ao ponto de quase vomitar para atingir o “objetivo de perda de calorias” e por trás desta imagem espetacular, num discurso, Vicki Ellis (Catherine Zeta-Jones) enumera as diversas razões sobre a maravilha que são estes concursos de beleza e que todas as jovens têm o sonho de se tornar miss something e que para o conseguirem têm de trabalhar para atingir a perfeição.
O que não sabemos é que Vicki tem por si um distúrbio alimentar (come para esquecer o que para ela são as desgraças da vida) provocado por uma discussão com a irmã (Molly Price) sobre o excesso de peso da sobrinha (Isabella Amara).
A interpretação está excelente, sem sombra para dúvidas. Um elenco coeso com caras conhecidas do público a desempenharem papéis alguns mais desafiantes que outros. Relativamente ao argumento, torna-se ligeiramente repetitivo, apesar de os distúrbios alimentares como a anorexia e a obesidade deverem ser sempre debatidos porque são um problema dos dias de hoje e que afetam muita gente, o que acaba por ser interessante do ponto de vista sociológico.
De qualquer forma, é importante esclarecer que faz lembrar muito o piloto de Insatiable e quem já viu a série vai perceber o porquê. Temas como fat shaming, o atingir o corpo perfeito e os distúrbios alimentares ao som de um humor negro quase em jeito de sátira é o que é mostrado na série.
É um bom piloto. Ainda que curto, pensas como termina e que reviravolta dará. Vale a pena ver, devido ao seu tom cómico e ao mesmo tempo dramático.
Margarida Rodrigues Pinhal