[Contém spoilers]
“Quem me leva os meus fantasmas?”
Arrow continua com um argumento forte esta semana, mas o malabarismo com várias narrativas trabalha neste episódio contra a série, provocando alguma confusão e levando a algumas pequenas falhas.
Para Oliver, o Dr. Jarrett Parker demonstrou ser uma ameaça muito mais perigosa do que qualquer vilão no primeiro nível da prisão. Num tratamento à Martin Scorsese em Shutter Island (2010), Oliver Queen caminha a passos largos para ser lobotomizado, só restando o prisioneiro 4587. A transformação da cena do barco com Robert e Oliver Queen para uma cena com Oliver e William funcionou bastante bem e destaca o Oliver Queen desta temporada como um homem cuja principal preocupação na vida é a sua família, o que também converge na perfeição com o novo estatuto de Felicity.
Quando nada resulta temos que recorrer a medidas mais fora da caixa e é exatamente isso que Felicity faz ao procurar a ajuda da Laurel da Terra-2 para conseguir extrair informações de Silence. Uma das coisas que este episódio consegue com bastante sucesso é o de criar diversos mistérios e levantar inúmeras questões. Uma dessas questões, que a própria Felicity aponta, é: como é que Black Siren consegue interpretar com sucesso o papel de uma advogada? Obviamente que os produtores não esperam que acreditemos que foi com a meia dúzia de livros que Quentin lhe emprestou que ela conseguiu adquirir anos e anos de conhecimentos e experiência, pois não?
Dos mais recentes membros, enquanto Rene continua a ser aquele com o crescimento mais impressionante, já Curtis anda bastante nas sombras e os seus fãs já gostariam de o ver ter um pouco mais de protagonismo. Quanto a Dinah, continua a manter-se uma personagem controversa numa luta interna que a faz mudar de rumo constantemente. Se no início do episódio começa totalmente contra vigilantes (chegando mesmo ao cumulo de prender Rene), no final já a vemos a chegar ao completo oposto de ajudar o novo Green Arrow. E o que dizer da sua faceta no futuro?
A narrativa no futuro continua a prender-nos a atenção completamente a cada cena que nos traz ao ecrã. A aventura de Roy e William continua a acrescentar camadas de mistério e Zoe como a nova vigilante de uma distópica Star City é só a ponta das novidades. Ficam assim algumas dúvidas que nos têm surgido com os flashfowards:
– Será que a Star City de 2038 estará a caminhar para a Star City de 2046? Para quem acompanhou a 1.ª temporada de Legends of Tomorrow, poderá lembrar-se da aventura em que as legends ajudaram os dois Green Arrows dessa timeline: um envelhecido Oliver Queen e um jovem John Diggle Jr. a derrotar o novo Deathstroke, Grant Wilson, filho de Slade Wilson, e a salvar uma devastada Star City. As semelhanças entre as duas Star Cities são inegáveis.
– Ou será a Star City de 2038 um percursor da timeline de Zari? Mais uma vez, os fãs de Legends of Tomorrow estarão a par da personagem de Zari Tomaz, que foi resgatada na 3.ª temporada da série de uma linha temporal passada em 2042 e onde tanto metahumanos como vigilantes e até mesmo crentes religiosos são perseguidos pelo governo americano. Em 2038 já vemos os vigilantes a serem o inimigo número 1, por isso, passados quatro anos, poderia bem observar-se um escalar da perseguição e do ódio.
– Poderá XS vir desta mesma timeline da Star City de 2038? Saltemos agora para The Flash e para a nova misteriosa speedster, filha de Barry Allen, que veio do futuro e com o nome de Nora West-Allen, aka XS. XS vem de uma Central City em 2049 onde as coisas não parecem tão negras como em Star City de 2038, mas poderão as coisas ter melhorado nesses 11 anos?
– O que é feito dos restantes membros da Team Arrow? Dinah voltou ao seu papel de Black Canary, Felicity aparenta ter morrido, Rene foi exilado da cidade (?), mas e o que se passa com Oliver, Diggle, Curtis e até mesmo Lyla?
– E por fim, se Felicity realmente está morta, quem anda a enviar os puzzles a William?
Factos do Channel 52:
Para tudo em “The Demon”, pois Felicity descobriu o que anda a ser feito a Oliver. Será que ainda vai a tempo para salvar o homem que ama? Até lá, salvem as vossas cidades!
Emanuel Candeias