[Contém spoilers]
“Daddy’s saying hi”
Os mutantes continuam a resistir esta semana e nós seguimos ao lado deles a apoiá-los.
Neste segundo episódio da nova temporada, apesar de não termos acontecimentos tão grandes como na première, The Gifted parece conseguir encontrar um pouco da sua “alma” e, ao focar-se nas personagens e nos seus sentimentos turbulentos, extrai o impacto dramático necessário para o episódio nos ficar na memória.
O impacto da perda de Andy na família Strucker foi bastante bem lidado nesta semana, dando para perceber os diferentes pontos de vista, tanto de Kate como de Reed e mesmo de Lauren. Tal como Reed, já nem me lembrava das mortes provocadas pelos irmãos von Strucker e como isso poderia estar a afetar Lauren; foi interessante o realce deste ponto. A progressão do ressurgir da manifestação dos poderes de Reed irá sem dúvida ter um impacto no futuro e esta semana já nos podemos aperceber que, tal como o resto da sua linhagem, as suas habilidades estão num nível superior. Por outro lado, as saudades de casa – e principalmente da sua irmã – de Andy tiveram um papel importante esta semana e permitem que nos liguemos melhor a este personagem que na temporada passada foi, na sua maioria, um dos elos mais fracos.
Reeva e as irmãs Cuckoo continuam a demonstrar ser calculistas e desprovidas de emoções, lidando com as pessoas como meros peões no seu jogo de criar a legada nação para mutantes. Será que Lorna e Andy continuarão iludidos por muito mais tempo? E será viável a possibilidade de Esme se poder também revoltar contra o Inner Circle?
Quem também nos deixou entrar um pouco na sua mente foi John Proudstar, aka Thunderbird. A continuação da sua história no passado e a forma como se tornou um dos líderes de uma das bases do Mutant Undergound foi bastante interessante de ver e os flashbacks contrastaram muito bem com o presente, em que John se corrói com a culpa da perda da base em Atlanta. Para além disso, o sentimento de derrota em Evangeline e o medo do Inner Circle realçam os esforços dos nossos heróis, uma vez que quase todos já desistiram de lutar pela causa dos mutantes e, como tal, John, Marcos, Clarice e a família Strucker constituem uma das últimas linhas de verdadeira resistência.
Foi bom rever o agente Turner. Apesar de ter sido o principal perseguidor dos nossos heróis na temporada passada, a verdade é que mesmo assim foi também uma das personagens mais ricas e interessantes que The Gifted nos trouxe. Todos sabemos que a nova vida e o novo emprego dele não vão durar, mas fica a questão se ele voltará mais uma vez para o lado dos Sentinel Services ou conseguirá perceber que nem todos os mutantes devem ser perseguidos e poderá vir a aliar-se ao Mutant Underground contra o Inner Circle. Ou será ao contrário e o Inner Circle recrutá-lo-á a ele?
Marcos ganha, uma vez mais, mesmo no final do episódio, o momento da semana, transmitindo uma dor palpável de um pai que não pôde ver o seu filho nascer e cuja perda desse momento e da mulher que ama o tornam apenas um casulo vazio.
“X-Files”:
“Do you feel a little broken?” O medo de The Gifted cair numa repetição da fórmula da temporada passada, causando saturação, ainda está presente. No entanto, também existe a esperança de que a série vá melhorando e consiga atingir o patamar de excelência que é esperado e que tem o potencial de atingir. Para a semana surgem “coMplications” de vida ou morte com Dawn e o Inner Circle terá que procurar ajuda em sítios improváveis. Até lá, não temam o que não conhecem!
Emanuel Candeias