Para os fãs de comédia, particularmente aqueles que acompanharam Roseanne, The Conners era umas das estreias mais esperadas do ano. Será que a história se consegue aguentar firmemente sem a pessoa que dá nome à série desde 1988? Vamos descobrir agora.
A resposta é… um sim bem rotundo. Fiquei agradavelmente surpreendida ao perceber que a série conseguiu manter exatamente o mesmo tom. Estava a ver o episódio e de repente senti-me nos anos 80 ou 90, a época de ouro das sitcoms, a época em que Roseanne começou a passar na TV. Não me interpretem mal, não estou a querer dizer que as séries de hoje em dia são de inferior qualidade em relação às desse tempo, pelo contrário, há bastantes que eu vejo e gosto. Mas há algo de especial e único acerca de ver uma série dos anos 90 (ou que traz essa altura à memória), uma espécie de satisfação difícil de descrever.
The Conners consegue caminhar de cabeça erguida sem Roseanne, sobretudo porque as outras personagens da história eram e são muito bem construídas, talvez quase tão fortes como a própria Roseanne (atrevo-me mesmo a dizer que Dan está exatamente ao nível dela nesse aspeto). Todos continuam a ser aquilo que sempre foram, com os seus traços de personalidade tão específicos e característicos. Ou seja, continua a ser Roseanne, mas sem Roseanne. Aliás, retiro o que disse, Roseanne está presente. Não fisicamente, mas está ali, sem se deixar passar despercebida. Dentro daquela casa, é assunto das conversas entre o seu marido e filhos e, mesmo ausente, conseguiu ser o centro da trama do episódio e eu acho isso uma forma fantástica de manter viva a memória de uma personagem.
O balanço do episódio é muito positivo. Tinha receio de sentir estranheza perante a ausência de uma personagem tão importante não só na série como no mundo das sitcoms em geral, mas foi tudo tão bem feito que quase nem temos noção de que estamos a ver uma série diferente. Gostei.
Beatriz Reis