Vinte anos depois, a jornalista de investigação mais divertida da televisão está de volta. Durante a década de 90, Murphy Brown fez as delícias de miúdos e graúdos e está pronta para conquistar uma nova geração. Mas terá sido este revival uma boa aposta?
Murphy Brown (Candice Bergen) é uma antiga jornalista que, após um breve período de reforma durante o qual Donald Trump foi eleito presidente, resolve regressar ao ativo apresentando o programa Murphy in the Morning. Decidida a fazer a diferente, Murphy recruta Croky (Faith Ford), Frank (Joe Rogalbuto) e Miles (Grant Shaud) para a ajudarem no seu novo programa.
Estes regressos ao passado são muito bonitos, mas é quando vemos velhos reruns durante o inverno encolhidos no sofá. O regresso de Will & Grace, uma das grandes apostas da NBC, levou à retaliação da CBS, que resolveu tirar do baú esta sitcom de sucesso e modernizou-a de forma a destruí-la.
O primeiro episódio da nova temporada que marca o regresso de Murphy à televisão é uma grande crítica a Donald Trump. Os produtores nem se deram ao trabalho de disfarçar a sátira com piadas, porque não foi uma sátira nem teve piada. Foi uma posição política disfarçada de série de televisão.
Apesar de Candice Bergen nos apresentar o seu carisma habitual e de Rogalbuto manter o seu charme clássico, é impossível não desejar que Murphy se tivesse mantido no passado.
Nem mesmo Pat Patel, a personagem de Nik Dodani, que costuma ser demasiado adorável, conseguiu salvar este regresso, tornando-se numa tentativa cliché de introduzir um jovem no meio de uma equipa mais velha incapaz de lidar com as redes sociais.
Bem, ainda não vi nas notícias que o Presidente dos EUA está decidido a processar CBS, por isso só posso supor que nem Donald Trump considera este desastre digno de atenção.
Beatriz Pinto