Contém Spoilers!!
Blindspot regressa para mais um episódio e adensa a intriga um pouco mais, mas sem avançar muito do ponto onde tinha deixado a história a semana passada. Se se lembram, Jane perdeu as memórias do tempo que passou com o FBI e está a tentar reavivar Sandstorm ao encontrar a prisão onde Shepherd se encontra. Neste episódio, Jane revelou-se melhor no papel de vilã do que tinha sido no primeiro episódio e gosto da maneira que arranjaram para manter algumas aparições de Roman, reconhecendo que ele se tornou parte fulcral da série e a sua saída abrupta poderia causar alguns danos.
Começando pela narrativa de Zapata, as suas expressões do que acontece em casa de Kira Evans levam-me a acreditar cada vez mais que ela está envolvida numa operação infiltrada, ou numa missão a solo, mas que não se vendeu a Madeline Burke. A propósito de Madeline, a história sobre o marido caracteriza a sua personagem muito bem, se bem que achei o sorriso demasiado forçado enquanto se lembrava dessa memória. Resta saber o que Zapata fez com a rapariga que encontrou, sendo que matá-la está obviamente fora da sua cabeça.
Quanto ao caso deste episódio, é sobre a venda e troca de informação e o antagonista é um antigo espião russo que está na posse de informações que tanto o FBI como Jane querem. No entanto, este caso revela-se mais difícil de arrancar e precisam de um perito em arte para ajudar a resolver um enigma, o que serve de propósito para o reaparecimento de Boston, o ex namorado de Rich, que estava em prisão domiciliária. Apesar de ter gostado de Boston nas outras temporadas, achei que neste episódio estava demasiada gente no laboratório e tanto ofuscava Rich como este o ofuscava a ele, tornando os dois papéis ligeiramente irritantes, em vez do habitual divertido. Aliás, toda a dinâmica dele com Patterson e o resto da equipa… Parecia que tinham todos um plano para gozar com Rich, o que tira um pouco de credibilidade a esses momentos, mesmo este tendo admitido que queria ficar-lhe com o emprego no final, algo que espero que não aconteça.
Jane enfrenta um teste difícil, já provou que está confortável a mentir e enganar os seus antigos colegas e amigos, e este episódio coloca (mesmo que pouco) a vida de Patterson em risco. Tudo para conseguir informações sobre o paradeiro de Shepherd. O momento do confronto entre Kurt e Boris, que utilizava Jane como refém a pedido desta, foi o momento alto do episódio, quando Jane manipula tudo e todos e leva Kurt a matar Boris, apagando qualquer registo da troca de informações que tinha ocorrido. O verdadeiro teste de Jane acontece no final do episódio, quando Kurt começa a suspeitar dela e Jane tem que decidir se o vai atacar ou se tenta safar-se com mais uma mentira. Pessoalmente não acredito que Jane se vá virar tão cedo contra Kurt, não a ajudava nos seus planos e ainda é muito cedo na série para um evento tão grande acontecer. No entanto, já é a segunda vez que falam sobre a localização de Shepherd, portanto antevê-se, possivelmente, que esta vá regressar, mais cedo ou mais tarde, para retomar o que deixou a meio.
Gostei um pouco mais deste episódio, mas ainda deixa um bocado a desejar face à temporada anterior. O que me deixa mais de pé atrás é mesmo a inconsistência de Jane perder as suas memórias só até onde convém para a história e não esteja a perder nada do seu passado, mas vamos ver que pode ser que com a progressão da doença isso aconteça.
O que acham que vai acontecer com Jane?
Raul Araújo