Contém Spoilers!
Qualquer leitor de Stephen King sabe que uma das suas melhores capacidades é conseguir prender a atenção e o interesse do leitor logo no primeiro capítulo ou, às vezes, logo na primeira frase! Apesar de nem tudo o que foi transformado da sua obra para a televisão ter sido um sucesso, Castle Rock apresenta-nos um piloto sólido com a mesma característica de agarrar o espectador ao apresentar uma história bizarra, mas bem construída. Para tal é preciso dar um destaque à banda sonora, que cumpre quase exemplarmente o seu papel ao longo do episódio, tendo só pecado por exagero em certos momentos, na minha opinião. Quanto aos atores, teremos que esperar por mais episódios para conseguir perceber o verdadeiro calibre e qualidade deste grupo.
Começamos por conhecer um pouco da pequena localidade que é Castle Rock, mais concretamente, até, do seu estabelecimento prisional, onde aparece um homem misterioso sobre o qual ninguém sabe absolutamente nada. Começa aqui logo o toque visual a contribuir, ao transmitir-nos a impressão que se trata de um sociopata, algo que mais tarde no episódio acaba por ser semi-revelado. As únicas palavras que proferiu foi o nome de um miúdo que esteve envolvido num caso misterioso há uns anos e que hoje em dia é um advogado, Henry Deaver.
Quando era mais novo, Henry esteve desaparecido durante onze dias e o seu pai acabou por aparecer morto durante este tempo, algo que os restantes cidadãos nunca o deixaram esquecer, culpando-o e atormentando-o sobre o que aconteceu. Ainda hoje, ao regressar a Castle Rock após tantos anos, é recebido com memórias desse tempo e com a notícia de que a sua mãe está a viver de novo com outro homem. Henry encontrava-se atualmente a tentar impedir que uma criminosa fosse executada, mas sem grande sucesso, tendo acabado por perder o caso. Não sei se vai ter algum impacto na história ou foi apenas um modo de nos apresentar uma personagem com um compasso moral adequado, mas sem grande sucesso na vida.
Há outras personagens de interesse, desde a política que só se interessa pela imagem que passa ao público, até ao guarda prisional que sente empatia pelos criminosos que guarda. No entanto, o que importa ressalvar deste episódio é que o mistério está construído e se queremos desvendá-lo só temos uma solução, acompanhar até ao fim! Ainda mal se começou a entender o que se passa nesta cidade, mas o final do episódio só me deixou mais curioso ao descobrir que aquele homem estava a ser controlado por outro mais velho, possivelmente o antagonista da nossa história. Se bem que, em muitas das histórias de King, quem tem que papel nem sempre é um dado adquirido. E como não li este livro posso afirmar com certeza que desconheço, tal como o que foi aquele brilho nos olhos desse homem misterioso. Será um indicador de uma história que envolve o sobrenatural e alguns poderes?
Sei que vou continuar a ver até ao final! E vocês, o que acharam?
Raul Araújo