The Flash – 04×22 – Think Fast
| 19 Mai, 2018

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[Contém spoilers]

Mais rápidos que as próprias sombras

“Think Fast” não foi um mau episódio de The Flash, mas também não foi um bom penúltimo episódio. O momentum para a conclusão foi mantido à justa e muito tempo foi perdido em divagações, por exemplo com o enredo de Cecille. Até poderia ter sido interessante e bom para desanuviar, mas não foi de todo ideal explorar essa vertente no episódio anterior à season finale, onde acabou por só cortar o ritmo.

Outra narrativa interessante, mas que se estendeu em demasia, foi a do treino com o flashtime. Este é um super-poder bastante forte no arsenal de Flash e com diversas aplicações, tendo a ideia de o passar para Cisco e Caitlin sido muito bem jogada, o problema foi o de vermos o treino a acontecer duas vezes quando apenas uma teria bastado. Para além disso, a preocupação de Barry com os amigos se lesionarem devido ao uso do flastime é louvável, mas contradiz um pouco o à-vontade com que deixa a mulher ir à procura de Marlize, uma tecno ninja que anteriormente quase matou Iris.

Um elemento que tem tido um sabor agridoce é o da Dr.ª Sharon Finkel. Apesar de poder ser utilizada como uma ferramenta útil para lidar e explorar certos problemas (alertando também para a importância de procurar um psicólogo para ajudar a lidar com situações difíceis), anda a ser um pouco abusada e dá a ideia que os elementos da Team Flash agora a utilizam para tudo e mais alguma coisa.

Voltando um pouco atrás, exatamente para a cena inicial do episódio, só há uma palavra para a descrever: genial. A forma como DeVoe invadiu o edifício da ARGUS, desde a transformação em Diggle à forma orquestral como destruiu toda a segurança utilizando praticamente todos os poderes no seu arsenal foi um puro encantamento televisivo que teria uma nota 10 caso o episódio fosse só isso. A cena fez lembrar em muitos aspetos a situação em Legion quando o Shadow King tem a liberdade para utilizar o corpo e os poderes de David à vontade e destrói soldados com um estalar dos dedos.

Todo o plano posto em ação em flastime, com resgate das vítimas da ARGUS, Flash a ativar todas as minas elétricas aproveitando a sua energia para passar pelo portal de DeVoe até à destruição do satélite lançado foram também ótimos momentos do episódio, que foram seguidos por uma sólida conversa entre DeVoe e Barry, onde este tenta uma última vez apelar ao lado humano do vilão. Fica a dúvida de quando é que DeVoe teve tempo para enviar os outros satélites e porque é que a Team Flash não arranjou um plano para destruir mais do que um? Por exemplo, não poderia o Flash ter disparado um dos seus raios de speed force para destruir um deles?

Outra discussão que veio elevar o peso dramático do episódio foi entre Cisco e Barry. Começando por mais um dos monólogos de Barry a querer arcar com todas as culpas, a conversa evoluiu para algo mais profundo e tocante, onde conseguiram relembrar Ralph e Cisco que se é para atribuir culpas também ele teve um grande papel a cumprir os desígnios do plano de DeVoe e a criar os metahumanos do autocarro.

Apesar da participação da ARGUS e de Diggle terem sido bons elementos, no final foram pouco aproveitados e chega a ser difícil compreender o porquê de Barry não pedir ajuda a todos os outros super-heróis que conhece, já que a magnitude do plano de DeVoe afeta a Humanidade inteira. Existe desespero suficiente para procurar a ajuda de Amunet, mas não há razão para chamar a Team Arrow, as Legends e por aí fora?

Antes de acabar a análise ao episódio, devo dizer que gostei da dupla entre Harry e Iris, sem falar que o decaimento cognitivo de Harry é uma excelente forma de mostrar o que espera a todas as pessoas caso The Thinker saia triunfante, embora o realce na inteligência emocional tenha sido um aspeto bastante interessante e que dá alguma razão à aparição do Council of Harrisons. Quanto ao arco de Caitlin e Killer Frost, existe em mim um conflito de sentimentos, porque parece que os produtores estão sempre a tentar arrancar um bom arco de história para esta personagem, mas nunca conseguem levar a narrativa até ao final e ficamos assim apenas com amostras de algo que poderia ser fenomenal.

Por fim, irá então Killer Frost aparecer para ajudar na batalha final (ou ente enredo terá sido uma perda de tempo que devia ter sido guardado para a próxima temporada)? Em que medida Marlize ajudará a parar DeVoe? Será possível recuperar algum dos bus metas? Irá The Thinker sobreviver?

Factos do Channel 52:

  • a cidade de origem de Marlize Devoe, Cidade do Cabo, na África do Sul, é também a casa de um herói da DC chamado Dominic Mndawe, aka Freedom Beast
  • a ligação que Cisco faz entre DeVoe e a Legion of Doom, sugerindo depois que deviam chamar os Super Friends, é uma referência à serie televisiva de 1973, Super Friends, onde podíamos seguir às aventuras da Justice League of America, que tinha muitas vezes como adversários a Legion of Doom
  • lembram-se quando, na season première a mensagem descodificada de Barry dizia “this house is bitchin’”? Embora Joe pensasse que o rapaz das entregas das pizzas fosse dizer o mesmo, parece que ele é mais da opinião que é só difícil de encontrar
  • mais uma vez, Joe faz referência a Wally agora estar a bordo do Waverider de Legends of Tomorrow
  • e que tal a subtil referência a Selina Kyle, AKA Catwoman, quando Caitlin aparece vestida com o casaco de cabedal preto e óculos?

 “We Are The Flash” (we are Groot?) tem nas suas mãos o destino de uma temporada que fica longe de radiante, mas que pode pelo menos acabar de forma satisfatória. O Enlightment, juntamente com o regresso à Idade da Pedra, é eminente e parece que a guerra contra DeVoe passará por uma batalha da mente. Excitados pelo final? Até lá, boas corridas!

Emanuel Candeias

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