[Contém spoilers]
Eternal Damnation
Krypton atinge finalmente esta semana uma nota que a torna digna de curiosidade para todos os fãs de comics e super-heróis. Apesar de algumas falhas permanecerem, a constante subida da qualidade é sem dúvida uma boa notícia.
Os grandes destaques desta semana foram tanto os twists como o grande desenvolvimento da maioria das personagens da série. A forma como a história foi apresentada quase que parecia que estávamos a lê-la das tiras de uma banda desenhada.
Apesar de ter havido espaço para entusiasmo com Jayna, Nyssa e Daron Vex, Adam Strange, Brainiac e até mesmo Oda, as medalhas para melhores evoluções de personagens vão para Seg-El, General Zod e Dev-Em.
Seg-El finalmente escolhe um lado e apoia-o com fortes e sentidos argumentos, transmitindo um carisma e uma aura como ainda não tínhamos visto. É fácil percebermos o porquê de Seg ter escolhido o lado de Zod e no lugar dele provavelmente teria feito o mesmo. O legado de um neto que ainda não existe contra as vidas de todos aqueles que conhecemos é uma matemática fácil de fazer. Sem falar que a falta de informação de Adam Strange não inspira nenhuma confiança, apesar de ter vindo agitar a narrativa e reformular tudo aquilo que pensávamos que ia acontecer. Irá Kandor sobreviver? Queremos nós que Brainiac falhe? E será então o General Zod a ameaça que Strange veio deter?
General Zod é-nos apresentado não como o vilão, mas mais como um herói kryptoninano, que é uma faceta que vemos muito menos vezes. Para além da inerente honra ligada à casa Zod, esta é uma personagem que não vê limites no que toca a proteger a herança e o destino do seu povo.
Dev-Em tem aparecido apenas momentaneamente em alguns episódios, mais como uma ligação a Lyta do que como uma personagem em si. No entanto, esta semana mostra alguma da sua garra e das morais que o movem. Apesar da narrativa do golpe político ter sido um pouco menos interessante do que a dos Zods e dos cythonnites, mesmo assim consegue captar a nossa atenção com a completa instabilidade que se sente na cidade e com a ligação a Brainiac.
Não aparentando seguir a linha de Man of Steel (já que o General Zod está vivo) percebe-se a adaptação de alguns elementos do filme que ajudam o público a simpatizar com “território” conhecido. Brainiac partilha algumas semelhanças com a narrativa seguida pelo escritor Geoff Johns, o que é um ótimo indicador. Uma criatura tão antiga e poderosa como Brainiac é muitas vezes difícil de retratar de forma interessante, mas neste episódio vemos uma vertente de um ser com uma curiosidade quase infantil, mas sedento de poder e obediência. A sua interação com Oda ao longo do episódio foi bastante cativante e a escolha de Blake Ritson (Da Vinci’s Demons) como ator foi excelente. E o que dizer de Doomsday? Aparecendo apenas durante uns segundos, esta personificação impressionou muito mais do que a tentativa no filme Batman v Superman: Dawn of Justice. Foi um toque muito bem pensado de o General Zod ter considerado esta criatura para deter Brainiac, mas ainda bem que, pelo menos por enquanto, não tivemos a libertação deste monstro, que acho que viria sobrecarregar a série com vilões icónicos do Superman e levar a uma competição pelos holofotes.
Para além da fluidez entre cenas ter espaço para melhoramento, algo a apontar no lado negativo são as cenas de ação que precisam de facto de ser melhoradas.
Com apenas um mês a faltar até ao season finale, “Transformation” promete elevar a excitação até ao culminar da luta por Kandor. Até lá, são “Us vs. Em”!
Emanuel Candeias