Tal como o próprio nome da série indica, esta trata sobre os assassinatos mediáticos, ainda hoje por resolver, de Tupac Shakur e Biggie Smalls.
De rap ou hip hop pouco ou nada sei, aliás não sei sequer nomear ou reconhecer nenhuma música de ambos os cantores. Das suas histórias apenas sabia dos homicídios por resolver e da possível rivalidade entre os dois – aliás, só conheci Biggie através de Eddie Huang (Fresh Off the Boat). Talvez daí surja a minha curiosidade em assistir e fazer review deste primeiro episódio, mas principalmente pelo elenco.
Adiante, este primeiro episódio é um misto entre as datas imediatamente posteriores aos homicídios e uma década depois dos mesmos. O episódio inicia-se com o tiroteio e consequente morte de um homem, ficamos depois a saber que ambos os envolvidos no tiroteio eram polícias, mas o caso que poderia parecer simples acaba por esconder um segredo obscuro. O detetive Russell Poole (Jimmi Simpson) é destacado para a resolução do homicídio do polícia, acabando por descobrir que este estaria envolvido numa relação com a esposa de Suge Knight (produtor musical e aquele que acompanhava Tupac quando este foi morto), ou seja, Poole desconfiava que esse polícia estaria envolvido com gangsters. A investigação do assassinato de Biggie acaba por ficar a cargo de Poole e a desconfiança deste em relação à promiscuidade entre alguns agentes da polícia e o mundo de gangsters de Los Angeles leva a que o caso do assassinato por resolver de Biggie seja reaberto dez anos mais tarde, ficando o mesmo a cargo do detetive Greg Kading (Josh Duhamel), que irá pedir ajuda na investigação ao seu colega e amigo detetive Daryn Dupree (Bokeem Woodbine).
A proximidade das datas das mortes de Tupac e Biggie traz a lume uma possível rivalidade entre o Costa Oeste e a Costa Este, entre rappers da Califórnia e de Nova Iorque. Algumas teorias da conspiração relatam que não existiria nenhuma rivalidade entre ambos os cantores, que seriam até mesmo amigos, algo que é retratado na série. As mortes de ambos estão separadas por cerca de seis meses e ambas aconteceram em circunstâncias semelhantes. Após o assassinato de Shakur, alguns meses depois, Biggie realiza uma festa do lançamento de um disco em Los Angeles, o que para alguns defensores de Shakur era uma afronta. A fraquíssima segurança nessa festa faz com que alguns alegados vingadores da morte de Shakur se aproximem de Biggie, obrigando o mesmo a abandonar a festa por questões de segurança, juntamente com Puff Daddy. No trânsito da cidade de Los Angeles, o carro de Biggie para num sinal vermelho, aproximando-se um outro carro, faz alguns disparos, o óbito do cantor é declarado no local – Tupac teria sido morto da mesma forma.
Há quem diga que a morte de Biggie foi para vingar Shakur, sem nunca se saber quem terá sido, também dizem que o assassinato poderá ter sido perpetrado por um hitman. Por curiosidade, há quem diga que Tupac nunca morreu. Ainda que, como eu, não sejam fãs de rap, e colocando a história real um pouco de parte, pensando na série apenas como ficcional, vale muito a pena ver. De destacar o papel formidável de Jimmi Simpson (Westworld), que nunca nos desilude, adoro-o! Como disse anteriormente, uma das razões que me levou a escolher esta série para fazer a review foi o elenco. Fico à espera que nos episódios seguintes Bokeem Woodbine tenha um papel de maior destaque, já que é outro ator fenomenal, com uma prestação excelente em Fargo. Não é também de colocar de parte o papel descontraído e característico de Josh Duhamel. Gostei da dinâmica da série e gostei da separação dos dez anos de ambas as investigações, que se complementam tão bem.
Ana Galego Santos