Contém Spoilers!!
O episódio começa com os nossos protagonistas no tribunal “mãe”, como é chamado, a serem apresentados àquilo que vai ser a sua vida nos próximos tempos. De um lado temos os advogados de defesa, enquanto que do outro temos os advogados do Ministério Público. Apesar de haver muitos advogados presentes, é rápido perceber qual vai ser o nosso grupo protagonista.
Pouco depois são apresentados a cada advogado o primeiro caso que vão defender, ou atacar, consoante a equipa onde estão. As expectativas ao nível da defesa é que consigam reduzir a pena, enquanto que os da oposição são obrigados a ganhar. Seth e Allison são um casal que se encontra em lados opostos, mas devido à interferência de Leonard acabam por ficar com o mesmo caso. Seth inicialmente está à frente do caso de desvio de informações, mas depois de provocar Allison, mesmo que sem esse propósito, esta usa informações do foro particular para vencer o caso. Consegue, mas o episódio acaba com Seth a abandonar a casa de Allison, acabando com o relacionamento.
Kate opõem-se a Jay num caso de fraude, que complica a vida a Jay. Este é um homem ingénuo, positivo e altamente confiante. Assim, acredita em tudo o que o seu cliente lhe diz, só que este cliente mente com todos os dentes que tem. Nem o seu nome era verdadeiro, tem uma série de alias e até chega a gozar ao telefone com o seu crédulo advogado. É claro que Jay perdeu o caso, mas mais do que isso pode ter perdido em parte a sua capacidade cega de confiar. Esperemos que o susto lhe abra os olhos sem mudar a sua vontade de mudar o mundo.
Sandra Bell e Leonard opõem-se num caso de terrorismo, um rapaz que tentou explodir a Estátua da Liberdade. O que Allison descobre é que ele fazia parte de uma equipa e esta equipa eram polícias que basicamente lhe deram os estímulos todos necessários para que ele cometesse o crime em questão. Assim, Allison decide tentar salvar Mohamed Fayed e ir a tribunal. Apesar de não haver qualquer historial de violência e de o FBI ter demorado 18 meses a recrutar Mohamed para fazer o que fez e de Allison ter feito um grande discurso de encerramento, o júri não concorda e decide condená-lo à prisão, algo que reflete a difícil tarefa que os advogados de defesa têm. Além de terem que lutar contra advogados com mais recursos que eles, muitas vezes têm que lutar contra estereótipos e contra o próprio júri ou opinião pública.
Algumas personagens destacam-se um pouco e chegam mesmo a ser interessantes, como Leonard, Allison e Kate, mas, por si só, o piloto não revelou grande coisa. Apesar de ser uma série de apenas dez episódios, irá ser caso a caso ou haverá uma história maior por detrás? Além de que, apesar de aumentar o ritmo a que acontece a ação, o facto de se dividirem em tantos casos num episódio só faz com que não consigamos (pelo menos no meu caso) conectar-nos verdadeiramente com estes, tirando talvez o de Mohamed, por ter sido o único que chegou a tribunal e que então ocupou mais tempo de antena. Capacidade e experiência é algo que não falta de certeza a Shonda, portanto é bem possível que melhore daqui para a frente, mas a minha jornada com For the People fica por aqui. Não foi mau, mas não convenceu.
O que acharam?
Raul Araújo