[Contém spoilers]
“A bullet with a name on it”
Mairzee Almas, que realizou o aclamado final da temporada 5, foi a realizadora deste episódio, escrito por Beth Schwartz e Oscar Balderrama. E só por aí esperavam-se coisas grandes que, felizmente, aconteceram.
Começando pelo mais “azedo”. A irritação que Wild Dog provoca sempre que abre a boca é astronómica! A nova equipa dos recrutas começa a perceber que não guardar segredos e fazer tudo às claras não é tão fácil como parecia. Às vezes têm de ser tomadas decisões rápidas e difíceis com as quais nem todos concordarão. Mas o problema não está aí, pois esse desenvolvimento servirá para talvez estes no futuro perceberem que Oliver, Felicity e Diggle não estavam assim tão errados. O problema reside essencialmente à volta da personagem de Renee e da sua arrogância, especialmente após a traição à Team Arrow (justificável ou não) e que iniciou toda a separação da equipa. Cada vez convence mais que a sua estadia na série provavelmente já passou do prazo…
Outro ponto ambíguo no episódio foi a missão de Quentin de salvar a Laurel vilã. A abordagem neste episódio até foi mais atraente do que previamente, tendo sido positivo ver o interesse de Laurel a querer criar uma ligação com Quentin e como este a aliciou para o armazém onde a confrontou com a vida que ela poderia ter tido caso na Terra dela tivesse tido uma relação com o pai. Antes de assassinar Vince ainda se vê Laurel a hesitar, mas no final acabou por se deixar levar pelo lado negro. E os problemas residem aí, Black Siren até pode ter alguns sentimentos, mas no fundo mostra sempre que é uma psicopata. Quantas mais oportunidades serão precisas? Neste ponto, será que alguém a quer ver a virar-se para o lado dos bons da fita? E a obsessão de Quentin em recuperar a filha que perdeu numa sósia malvada é já quase patológica e basicamente ilógica.
Quanto ao resto, foi eletrizante. O maior foco em Dinah e Vincent funcionou bastante bem, principalmente quando apoiado pelas cenas em flashback. Relembrando o passado de Vince como agente infiltrado e como isso terminou, põe em perspetiva o que ele arrisca agora para salvar a cidade e a mulher que ama. O ambiente de pânico em Star City por a população se sentir refém de um terrorista, assim como o sentimento de impotência no gabinete do Mayor foram aspetos transmitidos de forma convincente e que trazem dimensão ao terror provocado por Cayden James após 8 dias de opressão e 70 milhões de dólares extorquidos. O pormenor de abater com facilidade a equipa especial da ARGUS foi excelentemente pensado, assim com também se destaca a cena em que Vince é apanhado por Cayden e Felicity o ajuda a tentar dar a volta ao vilão.
Nunca foi dado muito destaque aos poderes meta-humanos de Vigilante, mas esta semana pudemos vê-los bem em ação e vimos a extensão das suas capacidades de cura. A explosão do grito da Black Siren diretamente no canal auditivo de Vincent foi assustadoramente fascinante. No entanto, deixo uma dúvida no ar: terá Vincent mesmo morrido? Dá-me a sensação de que ainda não é o fim dele.
Um desenvolvimento bastante interessante foi na história do mistério de Corto Maltese. Confirma-se que o vídeo da morte do filho de Cayden às mãos do Green Arrow é falso e que foi forjado pela mesma pessoa que desmascarou Oliver como o super-herói. Mas quem é esta pessoa que age por detrás dos panos? O que pensa ele ganhar ao pôr Cayden James contra a Team Arrow? Corto Maltese imediatamente evoca o nome de Malcolm Meryln, uma personagem que muitos acreditam não ter morrido de verdade e que se pensa que voltará para finalmente ocupar o seu lugar como um dos maiores vilões de Arrow. Sendo este estranho alguém próximo de Cayden, poderá ele ser alguém da equipa de vilões? Poderá o ex-simpático gangster russo, Anatoly, ser a verdadeira ameaça? Quais são as vossas teorias?
Repararam que o pessoal do Arrowverse gosta mesmo de Aruba? Depois de Mick Rory, em Legends of Tomorrow, ter revelado que este era o seu destino de sonho, agora também Oliver e Felicity querem ir lá passar a lua de mel.
No fundo, Rene, Quentin e Thea puxaram o episódio um pouco para baixo, enquanto que Vince, Dinah e o mistério de Corto Maltese conseguiram entregar o episódio mais cativante de Arrow desde que o ano começou. E se o episódio vos aqueceu, o promo do próximo episódio, “The Devil’s Greatest Trick”, é de começar a ferver com o atingir do clímax da batalha entre Cayden James e Green Arrow. Até lá, salvem as vossas cidades!
Emanuel Candeias