[Contém spoilers]
Flight or flee
Este season finale caracterizou-se por vários altos e baixos e um ritmo, no geral, pouco cativante para um final de temporada. Os pontos negativos deveram-se em muito devido a uma reciclagem de material que já tínhamos visto a ser explorado mais que uma vez durante a temporada. No entanto, a intercalação com momentos-chave estimulantes foi crucial para manter o público interessado e os últimos 20 minutos do episódio duplo valeram para gravar na nossa memória momentos que iremos recordar até à estreia da próxima temporada.
“Humanity today”
As tensões foram-se acumulando ao longo da temporada e agora o ódio pelos mutantes está no pico, que é a altura ideal para Campbell convencer o senador Montez, já tendencioso por pertencer ao grupo dos Purifiers, a sugerir que o programa Hound seja estendido a nível nacional. E isto não são boas notícias, quer seja para o Hellfire Club, o Mutant Underground ou um simples mutante em fuga e, como tal, a Team Undergound decide unir esforços com as Stpeford Cuckoos de forma a parar os planos do Dr. Campbell. Quando tudo dá para o torto para os lados dos mutantes (como de costume) na tentativa de rapto de Campbell, as irmãs conseguem finalmente apelar ao lado mais negro de Lorna e levá-la para o seu lado. Opondo-se mesmo aos seus companheiros, e a Marcos, Polaris acabar por assassinar tanto o senador como o cientista vilão. Ter-se-ão os X-Men enganado em relação a Lorna? Iria o seu legado levá-la sempre a optar pela resolução mais sangrenta?
Na base dos mutantes as coisas não vão muito melhores, pois o agente Turner e os Sentinel Services mais os Hounds finalmente a descobrem e lançam um ataque, determinados a exterminar todos os que encontrem pela frente. A defesa da base foi um dos melhores momentos do episódio duplo, onde pudemos não só ver os frutos dos treinos que Lorna deu aos mutantes mais novos, como o combo de poderes entre Shatter e o outro mutante com super-força. Outro ponto central foi os irmãos Strucker a finalmente terem a oportunidade de usar as suas habilidades conjuntas na sua máxima extensão, e apesar de ser ter sentido a imensidão do seu poder faltou algum impacto na cena em si.
Andy desde há um tempo que tem vindo a balancear entre o adolescente birrento, o rebelde e o adolescente muito chato. O certo é que não foi surpresa no final vê-lo a juntar-se a Lorna e às irmãs Stpeford (que fizeram uma entrada triunfal mesmo no final) e isso poderá ser exatamente o que o personagem precisa para ter um crescimento que o torne mais apelativo.
Destacam-se ainda como momentos impressionantes: Thunderbird a proteger Blink dos tiros dos seguranças, Lorna e as suas facas e o flashback também com Lorna e Evangeline.
Por outro lado, outros enredos demonstraram-se bastante irrelevantes. Como o flashback que tenta aprofundar as motivações de Campbell que foi insosso e muito pouco convincente. O corpo da Sonya ainda nem frio está!… podiam ter deixado o romance entre John e Clarice até à próxima temporada, fortalecendo os seus laços apenas de forma platónica neste season finale. Outro plot que foi uma perda de tempo e que só serviu para derrapar da história principal foi o do resgate da mãe de Reed.
Um facto interessante é que quando as Stpeford Cucckos levam Marcos, Lorna e companhia ao seu refúgio, estas dizem que o sítio pertencia à Brotherhood of Mutants. Terá sido isso apenas uma mentira ou quererá dizer que a Brotherhood e o Hellfire Club estão a trabalhar em conjunto?
“X-Files”:
– Evangeline, é baseada na personagem dos comics, Evangeline “Vange” Whedon, que foi criada por Chris Claremont e Salvador Larroca, tendo a sua primeira aparição em 2003, em X-Treme X-Men #21. Evangeline tem a fantástica habilidade de se transformar num dragão vermelho (brutal, não é?), mas não esperem vê-la usar muito mais da habilidade do que foi visto no episódio, pois já nos comics ela é mais adepta de usar as suas aptidões de advocacia para ajudar os X-Men.
– quando Lauren e Andy usam os seus poderes um no outro vemo-los a serem anulados, que é semelhante ao que vemos acontecer, tanto nos comics como na série animada, com os irmãos Summers, Havock e Cyclops, quando estes tentam usar os seus poderes um no outro.
– na conversa de Esme com Lorna sobre o pai desta só querer que ela se orgulhe daquilo que é, isto é uma referência à frase dita por Magneto nos filmes: “Mutant and proud”.
– o novo refúgio dos mutantes é uma estação com o nome “J. Kirby’s”, uma homenagem a um dos dos cocriadores dos X-Men e considerado o “King of Comics”, Jack Kirby.
Apesar de ser considerada uma das melhores estreias de 2017, The Gifted ficou aquém do potencial que demonstrou nos episódios iniciais. Sendo esta 1.ª temporada de fácil visualização, caso nada mude é provável que as audiências comecem a cair logo no início da próxima temporada.
Dessa forma aqui ficam algumas das coisas que se esperam para a 2.ª temporada:
Que acharam deste final? E da temporada no geral? Enquanto não chega a nova temporada, em abril estreará a 2.ª temporada de Legion, que deixou uma ótima impressão na sua temporada de estreia e será perfeita para saciar os desejos dos amantes dos mutantes. Até lá, não temam o que não compreendem!
Nota final da temporada: 7,8
Emanuel Candeias