[Contém spoilers]
“The fastest mop alive”
Este é basicamente um episódio que se pode passar à frente, não contribui em nada para a história, não traz momentos memoráveis e nem consegue ser particularmente engraçado.
“Has Barry joined a gang yet?”
A estadia de Barry na prisão teve alguns bons momentos e dentro do episódio foi o enredo que mais se aproveitou, apesar de mesmo este ter demonstrado algumas falhas. Deu para apanharmos algumas referências engraçadas, tanto ao filme Hancock (2008), onde também vemos um super-herói poderoso que pode facilmente sair da prisão se quiser, mas que escolhe lá ficar por sua vontade, e a cena de Barry a riscar os dias que passam na parede é semelhante à cena em que vemos Hancock a fazer o mesmo; e temos ainda referências àquele que continua a ser considerado o melhor filme de sempre pelo IMDb, The Shawshank Redemption (1994) – não só através da escrita na parede de “Henry Allen was here” e depois de “So was Barry”, que se assemelha ao visto no filme com “Brooks Was Here”; “So was Red”, e também no diálogo entre Axel e Barry em que o herói lhe diz que é inocente e que Axel responde que “todos ali são inocentes”, outra referência à cena do filme em que Red encontra Andy. As cenas em que Barry está a olhar para o relógio à espera de Iris lembram-nos como deve ser especialmente excruciante para um velocista estar preso, e as visitas em si trouxeram momentos de verdadeiro carinho e um momento tocante quando o casal consegue finalmente tocar as mãos passados tantos dias. Outra cena que transmite bem o afeto entre as personagens é a visita de Joe a Barry quando este está a limpar o chão e, todas juntas, estas situações deixam-nos frustrados por vermos o herói a pagar por um crime que não cometeu e com raiva de DeVoe, que esperamos que se venha a arrepender em breve de se ter metido com a Team Flash.
Big Sir, que nas comics da DC é um vilão de nome real Dufus P. Ratchet, trouxe uma ligação surpresa com o pai de Barry que nos permite imaginar a vida de Henry Allen na prisão e comparar com o que Barry agora está a passar, chegando à conclusão que a família Allen ou está amaldiçoada ou tem muito azar. A cena de luta de Barry contra os prisioneiros foi bastante porreira, pois pudemos ver Barry e não Flash a ser um verdadeiro badass. No entanto, nunca se chegou a perceber porque queriam aqueles prisioneiros assassinar Barry, é que não era uma questão de mostrar dominância ou vingança com uma sova, eles queriam esfaquear Barry e deixá-lo a sangrar no chão. “That escalated quickly!”
Quanto ao resto do episódio, focou-se em Ralph e na sua luta para proteger Central City, o que numa só palavra foi uma desilusão. Os vilões da semana foram uma patetada completa. Trickster não é dos vilões que considere mais apelativo e então a sua mulher e filho ficam sem dúvida bastante abaixo das expectativas para um episódio interessante. Apesar de toda a formação de Zoe, fica por explicar alguns plot holes, por exemplo como é que Axel conseguiu tomar o controlo dos sinais de transmissão da cidade? Mr. Beebo, o animal de peluche azul que Prank derrete com o super-ácido – e que anteriormente tinha aparecido em Legends of Tomorrow na 3ª temporada, episódio 9, “Beebo God of War” – parece ser um indicador de episódios demasiadamente ridículos.
Ralph ganha neste episódio o seu nome de herói (Elongated Man), assim como um fato em condições e, graças a um bom discurso motivador de Barry, consegue arranjar a coragem para ser um verdadeiro super-herói. O problema é que chegando o final do episódio interrogámo-nos se realmente queremos voltar a ver muito mais de Ralph Dibny. Que acharam do novo fato? Não é mau, mas também não é particularmente empolgante.
Apesar de inicialmente algumas dicas indicarem para Plastic Man (um herói muito mais icónico da Idade de Ouro dos Quadradinhos), Elongated Man é o super-herói de classe B (ou C ou D) que, apesar de também possuir poderes de elasticidade, é muito menos carismático e poderoso nas bandas desenhadas.
Factos do Channel 52:
– quando Prank está a preparar o ácido na banheira, esta é possivelmente uma referência a Breaking Bad e à sugestão de Mr. White a Jesse Pinkman para este derreter um corpo humano na banheira usando ácido.
– a bully de infância de Caitlin, Lexi La Roche, foi mencionada pela primeira vez na 1.ª temporada, no episódio 6. Curiosamente, Alexandra La Roche é a realizadora deste episódio.
– o número de prisioneiro de Barry é o 3652, uma referência aos comics The New 52.
– a interseção entre as ruas DeMeo & Bilson Boulevard, onde o Trickster faz a sua aparição, é uma homenagem aos criadores da série The Flash (1990), Paul De Meo e Danny Bilson.
– ainda em relação à série antiga do velocista, Corinne Bohrer volta a interpretar o papel de Prank, que já lhe tinha sido atribuído anteriormente.
E finalmente, repararam na rapariga misteriosa que aparece no final para pagar os cafés a Cisco e Ralph? A cara dela não é estranha, certo? Isso é porque já tinha aparecido, também misteriosamente, no casamento de Iris e Barry. Outra particularidade é a escrita dela ser a mesma que Barry utilizava quando voltou da Speed Force no início da temporada. Mas quem é esta rapariga mistério? (possíveis spoilers a seguir) Quem seguiu a série animada Young Justice e conhece Impulse, aka Bart Allen, é capaz de perceber onde isto vai dar e qual a teoria mais aceite para a identidade desta rapariga, ou seja, que esta seja a filha ou neta de Iris e Barry que viajou do futuro para ajudar a tirar o seu pai/avô da prisão e a parar DeVoe, sendo uma variável com a qual o super-vilão não está a contar. Mesmo esta não estando relacionada por sangue com Barry, pensa-se que tenha alguma ligação com a Team Flash e que tenha vindo do futuro para os ajudar. Têm alguma outra teoria? Partilhem nos comentários.
Mesmo com Barry na prisão, as melhores cenas do episódio envolveram todas o super-herói, tendo o resto do episódio ficado aquém de um bom entretenimento. Quem é que se lembra do filme Querida, Eu Encolhi os Miúdos (1989)? Para a semana teremos “Honey, I Shrunk Team Flash”, um episódio em que a equipa enfrentará um meta-humano com o poder de encolher tudo aquilo em que toca. Até lá, boas corridas!
Emanuel Candeias