[Contém spoilers]

“Hack-ccidents”

Arrow continua a lutar para recuperar o fio condutor da temporada e o episódio desta semana é mais uma prova que o rumo da história principal e o rumo de muitas das personagens está à deriva. Ação, redenção de uma personagem e um diálogo conciso foram os holofotes do episódio, enquanto tudo o resto andou um bocado “em queda”.

O plano de Cayden James vai de misterioso a ridículo e desta vez decide utilizar tudo o que seja aparelho com ligação à internet para atacar Star City. Mesmo que a vingança pela suposta morte do filho como dano colateral das ações do Green Arrow estivesse bem explicada, isso não elucida no porquê de os outros criminosos terem decidido aliar-se a Cayden; o que ganham eles com isso? Um ponto interessante e uma esperança emergem disto tudo, vindos das informações dadas por Alena. Quem é que enviou o email a Cayden de Corto Maltese de forma a incriminar Oliver? Terá sido a mesma pessoa que enviou anteriormente as provas para o canal de notícias de que Oliver é o Green Arrow? E a grande pergunta: será que Cayden é apenas um peão e não o grande vilão da temporada? Tendo em conta a desilusão da vilania deste seria um twist que funcionaria bastante bem para reavivar a chama desta temporada.

Sheck que, mesmo a calhar, me perguntava na semana passada quem era, parece que não ficou o tempo suficiente para vermos respondida essa pergunta. A traição de Vigilante ao grupo dos vilões é agridoce, apesar de que os prós sejam sem dúvida superiores aos contra. O grande contra é o de que se alguém para além de Sheck se apercebeu da traição, isso significa que Vincent deu cabo da sua infiltração. No entanto, Vigilante estar do lado da Team Outsiders (a nova equipa dos novatos) é uma excelente notícia que prova que a personagem não foi arruinada e só por isso já valeu a pena o episódio.

William consegue ir de uma personagem minimamente suportável para a mais irritante de todo o Arrowverse em menos de 10 segundos. A sua adição regular à série só se tem provado ser um tiro no pé. Oliver se calhar tem de considerar procurar a ajuda da Super Nanny. O que salvou este enredo foi mesmo a intervenção de Felicity e o diálogo que teve com William enquanto observavam a missão do Green Arrow para proteger a zona segura. Foi uma cena bem realizada onde a intercalação entre o diálogo e a ação foi ideal.

Uma aposta que também não me parece que vá funcionar é o forçar de Diggle como Green Arrow. Muita gente não gostou do pouco tempo em que ele assumiu o manto do herói e, apesar de até ter achado interessante esse arco, acho que não faz sentido Diggle querer agora ser o Green Arrow só porque sim. Transparece uma grande mesquinhez nas razões para este escolher ser um herói.

Muitos são os heróis que já vimos a parar um comboio ou metro (de recordar Spider-Man, por exemplo, em Spider-Man 2). No entanto, algo que têm sempre em comum é o extraordinário esforço que têm de fazer para o conseguir e deixar todas as vítimas a salvo, esforço esse que se traduz em cenas envolventes de tensão em que torcemos com todas as forças pelos nossos heróis. E depois temos Black Canary, que manda um grito e está tudo bem. Não digo que ela não fosse capaz de parar o metro, mas a cena foi realizada sem qualquer emoção. Uma oportunidade desperdiçada para o que poderia ter sido um memorável momento super-heroico.

Thea e Quentin continuam a aparecer só para dar a cara e neste ponto tê-los ou não na série vai dar quase ao mesmo.

Factos do Channel 52:

– a introdução de Cayden James como “Ben Gale”, quando ele aparece no escritório de Oliver, é uma referência à serie Lost, onde o ator Michael Emerson interpretou a personagem de Benjamin Linus, que na sua aparição se apresentou como “Henry Gale”.

Se tudo correu bem entre as duas equipas de super-heróis neste episódio parece que nem sempre assim vai ser e no próximo episódio, “All For Nothing”, enquanto a batalha com Cayden continua, uma zanga entre Dinah e Oliver pode levar a consequências secundárias drásticas. Até lá, salvem as vossas cidades!

Emanuel Candeias