Contém Spoilers!!
Adiciono um aviso extra para se vês Legends of Tomorrow e ainda não viste o crossover, então para de ler esta review aqui!
Continuando onde o crossover ficou no episódio de Arrow, a nossa equipa massiva de super-heróis tinha sido capturada pelos seus sósias da Terra X. E é esta Terra que nos é apresentada, pois a equipa quase completa foi levada para uma espécie de campo de concentração, que é onde conhecem Ray, um prisioneiro que foi condenado por ser homossexual. Entretanto, na Terra, onde os nosso heróis pertencem, Kara está prestes a ser morta por Eobard Thawne, interpretado por Tom Cavanagh. Ou seja, começamos a ter uma ideia do motivo da invasão dos nazis da Terra X a esta dimensão: o Fuhrer Oliver, que ama a sua mulher Kara, também general das forças nazis, para salvar a sua vida precisa do coração de uma Kara de outro universo.
Se pensavam que os sósias malvados tinham ficado por aqui estão enganados. Quem dá vida ao general que comanda as tropas na ausência de Oliver é Quentin Lance, que reconhece Sara como uma filha que ele também teve naquela Terra. Ficamos a saber também que aparentemente a Sara gosta de mulheres em qualquer Terra, algo que Alex gostaria de saber de certo, uma vez que até achei que as duas tiveram alguma química. Uma cena memorável é quando pela primeira vez aparece um sósia que troca de papéis ao contrário. Era um vilão nesta Terra e na Terra X faz parte da resistência. Quando os nossos heróis estão prestes a ser executados, Snart aparece para congelar os nazis e libertar Ray, o seu namorado, que dá vida a um herói chamado – isso mesmo, adivinharam! – The Ray. Para quem quiser saber mais sobre este herói vai sair uma série animada ainda este ano chamada Freedom Fighters: The Ray.
Na Terra X, o comandante da resistência é Win e começa uma guerra entre este e os restantes, por querer explodir com a central dos nazis. O problema é que lá encontra-se a única maneira de Oliver e o resto dos seus companheiros regressarem a casa. Digo assim porque se há algo que fica claro nestes crossovers é que Oliver é o líder informal do grupo, algo engraçado por ser o único sem poderes. Talvez seja uma temática semelhante à guerra como a que existe a uma escala muito maior entre o Batman e o Super-Homem, dividindo fãs pelo mundo inteiro; um chegou aonde chegou pelo seu trabalho árduo e história trágica, outro pelos poderes com que nasceu. Inato vs. Aprendido. Aliás, muitos dizem que nos comics o Green Arrow surgiu como uma alternativa a Batman, de modo a dar às pessoas o conteúdo que elas queriam, semelhante ao original, mas sem correr o risco que se fartassem do Batman. Devaneios à parte, Snart consegue convencer Win a darem uma pequena hipótese destes voltarem a onde pertencem, começando uma invasão à base nazi. E que melhor maneira de fazer isso do que com Oliver a personificar o seu sósia?
A pior parte do crossover para mim foi a dupla Felicity e Iris. Felicity tem bastante química com todas as outras personagens, ao contrário de Iris, que nem com Barry tem, portanto se a culpa tem de cair para algum dos lados, para mim parece inclinar-se para a futura Miss Allen. Juntas tentam salvar Kara, acabando apenas por conseguir adiar um pouco a operação e mandar um pedido de resgate ao resto das lendas, que ainda não tinham aparecido por não terem sido convidadas.
Tudo lhes corre de feição até Quentin perceber e tentar obrigar Oliver a matar uma prisioneira que se parecia com a mãe do seu filho. Eu sei que é sempre um bluff arriscado, mas gostava de ver por uma vez alguém numa série a apostar em como a arma estaria vazia e a manter a personagem. A descoberta da sua farsa dá origem a mais uma cena de luta/tiros/poderes, aqui é de louvar mais uma vez o que estas séries conseguiram fazer com um orçamento mais limitado que muitos filmes que fizeram bem pior. As cenas de luta tiveram as suas falhas, mas visualmente estiveram muito bem, foram divertidas e pouco confusas. Infelizmente, Gray – ou Stein, como preferirem – faz um run for it em direcção à alavanca que é preciso para ativar o seu transporte para casa, acabando por ser atingido de modo muito grave antes de conseguir. Este é o ponto que separa o final de The Flash e o início de Legends. Com apenas pura força de vontade, Gray consegue ainda puxar a alavanca, abrindo o portal, permitindo-os regressar.
Entretanto, Kara é salva pelo aparecimento de Ray que, com o seu sentido de humor, manda uma tirada genial, referindo-se a Eobard como Mengele, o mais conhecido cientista nazi, por causa de este estar a realizar o transplante de coração. Partindo para salvar o resto da equipa que está retida, nas celas do Star Labs são surpreendidos por um robot que os obriga a trabalhar em conjunto para conseguirem derrotá-lo. Noutra sala, Oliver tem um duelo de bluff quase com o seu sósia, culmatando na retirada destes do laboratório. E com a equipa finalmente toda junta de novo, estão prontos para demolirem uns nazis. Antes de a equipa prosseguir, acontece o momento mais emotivo deste episódio, Gray despede-se de Jax com palavras que aqueceriam até a arma de Snart, acabando por morrer.
Na última, e se calhar a melhor sequência de luta, cada um dos heróis tem que enfrentar o seu igual: Barry contra Eobard, Oliver contra Oliver e Kara contra Kara. Acabam todos por sair vitoriosos e Kara consegue impedir a Kara malvada de explodir na Terra, uma vez que sem o tranplante ela iria tornar-se numa supernova. Barry, no entanto, não consegue matar Eobard e deixa-o solto neste universo, levando-nos a questionar quando e onde é que o veremos novamente. Stein fica de fora de Legends, mas existe um regresso, aparentemente, uma vez que Snart quis ficar neste universo, mas após o tweet de Wentorth Miller a confirmar que ia deixar o personagem ficamos sem saber se este regresso é a longo prazo ou se serão só uns episódios. No final, Jon é convidado a casar Barry e Iris, acabando por fazer o mesmo com Oliver e Felicity. Assim acabamos o crossover com importantes consequências para cada uma das séries que o constituem.
No geral foi mais uma excelente aposta da CW. Tal como o ano passado, os nossos heróis mostaram ter uma química bastante grande entre eles. Claro que algumas duplas se destacam, mas pôr tantos atores a gravar estes crossovers que acabam por durar três horas não deve ser fácil; no entanto, o seu desempenho acaba por ser melhor do que às vezes nas séries separadas. Deu trabalho, mas compensou. Há sempre coisas que podem ser melhoradas, mas o que é certo é que fizeram uma história de três horas com bastante interesse e coerência. Que venham mais, nem que seja crossovers entre duas delas. Por exemplo, o ano passado gostei bastante de ver Kara e Barry, podiam repetir este ano!
Classificação da Parte 3 : 8.8
Classificação da Parte 4: 9
Raul Araújo