[Contém spoilers]
Apetece-vos visitar Londres, mas não têm o tempo de momento? E que tal uma própria viagem ao tempo passado?
Etiqueta e boa educação, artes, música e literatura, tudo acompanhado por uma chávena de chá é o que vos espera em Howards End.
A narrativa segue a história das famílias Wilcox (um pouco preconceituosos) e, principalmente, dos Schlegel (os idealistas); acompanhamos ainda alguns debates idealistas e sociais da altura e observamos um pouco dos hábitos da vida no início do século XX.
Howards End baseia-se no romance de E. M. Forster com o mesmo nome da série, publicado pela primeira vez em 1910. A adaptação de Kenneth Lonergan para a BBC e com uma coprodução pela Starz, não é a primeira que o romance se vê, tendo já passado uma outra vez pelo pequeno ecrã, BBC Play of the Month: Howards End (1970); pelo grande ecrã, com o filme Howards End (1992) e também pelo teatro, rádio e até ópera.
Nesta adaptação brilham as estrelas: Julia Ormond no papel de Mrs. Wilcox, Matthew Macfadyen como Henry Wilcox e, claro, Hayley Atwell no papel principal de Margaret Schlegel; todos eles atores reconhecidos que já nos habituaram a trabalhos de excelente qualidade.
Facilmente simpatizamos com as personagens e deliciamos-nos com os vestuários, os locais e até mesmo a banda sonora. No entanto, é na história que nos perdemos e confundimos. Fica a sensação de que abrimos uma janela e espreitamos momentaneamente a vida de uma família aleatória, não apanhando princípio nem fim, mas o meio de uma alegre sinfonia que sem percebermos no todo ainda assim nos deixa a sorrir.
A minissérie é ideal para uma curta temporada de 4 episódios e vale a pena os amantes do género espreitarem o piloto, embora esperemos que o argumento melhore consideravelmente nos episódios que se seguem.
Emanuel Candeias