[Contém spoilers]
Um brinde ao sucesso da nova Team Arrow!
Grão a grão e seta a seta vai a aljava enchendo e também assim vai indo a qualidade desta temporada de Arrow, que melhora a olhos vistos de semana para semana. Este foi um episódio que captou de forma muito boa a essência da série; as personagens agiram de acordo com aquilo que conhecemos delas, foram exploradas diversas dinâmicas entre os elementos da equipa, o enredo conjugou bem elementos variados e a ação esteve no seu melhor. Basicamente, quem não apreciou este episódio deve considerar se esta série ainda é realmente algo que a atrai.
As cenas de ação sempre foram um dos pontos-chave da série e desde a season première que temos tido façanhas impressionantes, desde o Green Arrow a sair da água ou a apanhar Wild Dog enquanto este caía da ponte, e neste episódio temos as cenas de nos deixar a boca aberta com Black Canary a direcionar o salto de Green Arrow (Diggle) dum prédio para o outro e a luta final entre Diggle e Onyx dentro do carro.
Dinah, que na temporada passada parecia um membro meio dispensável da equipa, tem vindo a reforçar o seu valor como um importante membro da Team Arrow. O conflito entre ela e Diggle, que inicialmente parecia exagerado, tem-se vindo a desenvolver para uma relação de líder e co-líder da equipa; se Diggle é o novo Green Arrow, então Black Canary assume assim o antigo papel de Spartan como o seu braço direito. O peso da liderança foi realmente sentido nos ombros de Diggle e realçam-se as cenas de Dinah a dizer para a equipa seguir em frente depois do falhanço da primeira missão contra Onyx e principalmente a conversa entre Oliver e Diggle, que foi sem dúvida um dos melhores momentos do episódio. Com os papéis invertidos, somos levados a tantos outros momentos em que foi Diggle a levantar a moral de Oliver e as palavras deste, a dizer que se existe um Green Arrow foi só possível em parte graças ao seu antigo guarda-costas, valeram ouro.
“I’m not brooding, I’m thinking”
“… that expression is as much a part of the uniform as the green hood”
Renee esteve completamente dentro da personagem ao avançar quando Diggle hesitou, ao ficar de cabeça quente por este não estar à altura da liderança e ao ir procurar Oliver para este regressar. O papel de um líder é, como Diggle diz, conhecer bem os elementos da equipa e o papel de um bom escritor é conseguir que o público diga que reconhece bem a personagem que está a ser mostrada. A atenção às personagens e aos pormenores foi outro dos destaques desta semana em Arrow, também vista pela preocupação de Quentin com a força policial da cidade, com Oliver a demonstrar saudades de Thea e a admitir a Diggle que o pedido para este assumir o manto de Green Arrow pode ter sido injusto, pois também ele tem uma mulher e filho.
William, que me pareceu tão irritante no primeiro episódio da temporada, tem vindo lentamente a conquistar e entrar melhor na personagem. As dificuldades deste com a adaptação e as dificuldades de Oliver como pai são problemas com que nos podemos relacionar e aceitar como problemas da vida real. Neste seguimento, a introdução de Felicity na vida de William trazendo de volta Olicity também aparece como uma decisão que faz todo o sentido e que foi transmitida sem exagero de drama.
“Children of aquarius”
Embora só os tenhamos conhecido durante meros instantes, fiquei com pena do condutor e do segurança da Kord Industries que quase morreram no roubo da Onyx. A equipa das forças especiais surge como vilões à altura da Team Arrow, com alguns truques fascinantes e que se integraram bem no resto da história.
Algo que não mencionei a semana passada foi a referência à existência de Bruce Wayne! Já sabíamos que ele existia no universo de Supergirl e algumas pistas tinham sido dadas anteriormente em Arrow, mas apenas ao de leve. Esta é a primeira e inegável prova de que Bruce Wayne existe no mesmo universo que Arrow e The Flash. A grande dúvida é: terá sido isto só para gerar burburinho ou poderá o Cavaleiro das Trevas estar para ser apresentado na série? O que acham? A introdução de Superman em Supergirl foi muito bem lidada e não podia ter corrido melhor; se, neste caso, seguissem por algo nessa linha acho que seria bem interessante.
Repararam que nas sugestões de nomes para a start up de Felicity e Curtis estava o nome “Oracle”? Se bem se lembram (ou já esqueceram, mas eu lembro-vos), quando o nome de código de Felicity surgiu como Overwatch, Oliver referiu que também pensou em Oracle, mas este já estava a ser usado. Oracle nos comics é Barbara Gordon, a.k.a. Batgirl. Ligando esta nova referência a Batman com a do episódio passado, começam a ser coincidências a mais que parecem indicar um futuro grandioso. Quanto ao novo negócio de Felicity e Curtis, poderá este ser o início da empresa que foi vista no futuro em Legends of Tomorrow?
E com tantos bons momentos ao longo do episódio, o mais impressionante ainda conseguiu ser a revelação da Green Monster! A arma de fazer inveja a Daryl Dixon de The Walking Dead é um espanto para os olhos, que promete não só futuros momentos incríveis como também deve ser o suficiente para despistar um pouco a agente Watson.
Este enredo da investigação do FBI a fermentar lentamente em segundo plano é uma história que parece que dará bons frutos e será muito interessante de se ver a desenrolar. A agente Watson parece já ter desvendado o esquema praticamente todo da Team Arrow e está mais perto do que muitos vilões de deitar ao fundo todo o trabalho destes super-heróis.
Para a semana, em “Reversal”, teremos o regresso de Black Siren. Será que serão reveladas mais informações sobre o grande vilão desta temporada? Até lá, salvem as vossas cidades!
Emanuel Candeias