Atenção: esta review contém spoilers!
Após um verão inteiro a aguardar o retorno de Grey’s Anatomy, chegou finalmente a sua 14.ª temporada, a qual trouxe consigo um miminho para os fãs que, com mais ou menos paciência, suportaram a espera de cerca de três meses: um episódio duplo que, de certa forma, marca um ponto de viragem para a série.
Durante este hiatus surgiram rumores e notícias relativos ao futuro da série que, segundo o elenco, se viria a tornar “mais engraçada, mais sexy e mais leve”. Como prometido é devido, foi exatamente isso que se verificou nesta sessão dupla de Grey’s, mas deixemos este tópico para mais tarde. Vamos então fazer um breve recap dos eventos de 14×01 (“Break Down the House”) e 14×02 (“Get Off on the Pain”).
Esta season premiere ficou marcada pelo regresso de duas personagens: Teddy Altman (interpretada por Kim Raver) e Megan Hunt (Abigail Spencer, que substitui Bridget Regan neste papel), sendo que ambos os episódios se debruçam bastante sobre o caso de Megan. Como descobrimos na temporada anterior, a irmã mais nova de Owen encontra-se, na realidade, viva, e reúne-se, por fim, não só com o seu irmão, mas também com Riggs. É o retorno de Megan que, por sua vez, desencadeia o regresso de Teddy a Seattle.
Ao chegar ao hospital, Megan revela uma enorme ferida abdominal que precisa de ser tratada o quanto antes, uma vez que a irmã de Owen pretende regressar ao Iraque para estar com Farouk, uma criança refugiada de quem cuida desde que esta tinha apenas quatro anos de idade. Apesar da gravidade da ferida, Meredith chega-se à frente com um plano ousado e bastante arriscado, que é rapidamente aceite por Megan. No entanto, antes de a cirurgia ser realizada, Teddy descobre que Riggs e Meredith tiveram uma breve relação, e pressiona ambos a contarem a verdade a Megan – algo que, pessoalmente, acho desnecessário visto que já não há nada entre Nathan e Meredith. Novamente, Meredith toma a iniciativa e conta tudo a Megan que, all things considered, reage bem às notícias – e ainda bem que ambas as personagens estão em bons termos, pois, ao realizar a cirurgia, Meredith percebe que não tem pele suficiente para fechar o abdómen de Megan e que esta necessita de um transplante da parede abdominal. Felizmente, conseguem encontrar um dador compatível e a operação é realizada com sucesso.
No decorrer de toda esta ação, Amelia começa a distanciar-se de Owen e escolhe concentrar-se no seu paciente, um jovem com um tumor no maxilar, o qual está determinada a remover apesar das objeções de Jackson. Este distanciamento não é aceite por Megan, a mãe de Owen ou Teddy, que acreditam que há algo de errado com Amelia e pressionam o Dr. Hunt a terminar o relacionamento. Este resolve então confrontar a sua mulher, o que não corre muito bem: Amelia menciona que Teddy está obviamente apaixonada por Owen e acaba mesmo por dizer que se Owen quer Teddy tanto quanto ela o quer, que deveria ir atrás dela – algo que ele faz mais tarde no episódio (yikes). No entanto, Teddy não quer que a sua relação comece desta forma e põe um travão à situação antes que esta se agrave.
Para contrabalançar toda esta situação, os episódios contaram ainda com uma série de acontecimentos mais light. Com a saída de Stephanie, Jo anda em busca de alguém que preencha o cargo de confidente deixado pela sua amiga. Este cargo acaba por ser preenchido, pelo menos por agora, por Ben. Apesar de não querer ser a nova Stephanie, Ben acaba por ouvir e aconselhar Jo quando esta necessita e ajuda à sua reconciliação com Alex. Já Arizona anda em busca de Minnick, acabando por chegar à conclusão que a médica partiu sem dizer adeus. Não tarda, no entanto, a conhecer outra pessoa (o seu potencial interesse romântico para esta temporada): Carina (Stefania Spampinato), uma médica que chega ao Grey Sloan com o objetivo de estudar os efeitos do orgasmo no cérebro feminino e que, por acaso, é irmã de DeLuca. Por falar em Minnick: Richard recebe um conjunto de internos que haviam sido escolhidos pela médica antes de esta ser despedida, o que não lhe agrada de todo. A situação piora quando se verifica que estes internos são completamente incompetentes, chegando um deles a deixar cair os seus óculos dentro de um paciente de Jo. Para além de tudo isto, a série dá ainda continuação ao triângulo amoroso entre Maggie, Jackson e April, sendo que, no final, April resolve distanciar-se de Jackson.
O grande shocker deste episódio duplo é, sem dúvida alguma, a revelação do enorme tumor cerebral de Amelia, no final do segundo episódio. Apesar das promessas de uma temporada mais leve – promessas as quais, de facto, foram cumpridas – Grey’s continua a ser Grey’s e dificilmente nos deixaria acabar esta season premiere sem algo completamente chocante.
Pessoalmente, gostei bastante deste início de temporada de Grey’s Anatomy, por razões que passarei a explicar mais à frente. No entanto, não acredito que tenham sido dos melhores episódios de Grey’s – longe disso – e é sobre isso que falarei primeiro. Apesar de terem muito a seu favor, penso que, em termos de história, não houve grandes desenvolvimentos nestes episódios – o que se deve, na minha opinião, a um problema inerente a Grey’s: o elevado número de personagens. Há algum tempo que noto uma falta de história central nesta série, devido ao facto de existirem tantas pequenas histórias secundárias que, apesar de não serem um problema por si só, se traduzem numa falta de rumo. É difícil perceber onde é que Grey’s planeia ir com esta temporada, tendo em conta apenas estes dois primeiros episódios. Se tivesse que adivinhar, diria que o tumor de Amelia será a grande storyline desta 14.ª temporada, mas, simultaneamente, não acredito que a temporada toda se irá debruçar sobre isso.
Posto isto, devo dizer que admiro a decisão de tornar a série mais light. Apesar de esta alteração ser bastante óbvia para quem segue a série há algum tempo, sinto que a essência de Grey’s prevalece, o que não é fácil de se conseguir. Honestamente, acho que a série foi capaz de encontrar um balanço justo entre os temas pesados que por vezes aborda e o seu lado mais cómico, fazendo com que, pelo menos no meu caso, seja mais fácil lidar com o seu lado mais negro. Nestes dois episódios em particular, as cenas de Jo, Arizona, Richard, Miranda e Ben estão entre as minhas favoritas, precisamente pelo seu ar mais descontraído. Para além de tudo isto, fiquei bastante satisfeita com o tão aguardado regresso de Teddy, que pareceu trazer como bónus uma menção sobre Cristina (que, espero, venha um dia a visitar o Grey Sloan).
Chegando ao fim desta review, gostaria de lançar a seguinte questão: quais são as vossas expectativas para esta 14.ª temporada de Grey’s Anatomy?
Inês Salvado
Se ainda não conhecem os nossos parceiros de Grey’s Anatomy (Portugal), espreitem aqui!