Há muito que aguardava pela estreia de The Mist, principalmente por ser baseada num dos contos do meu escritor preferido, Stephen King. No entanto nunca li este conto em específico, mas vi o filme de 2007 várias vezes e gostei bastante. Tinha altas expectativas em relação a esta série e posso dizer que fiquei totalmente desapontada. Será que ainda não é desta que fazem uma boa adaptação de King?
Se estão à procura de terror logo no primeiro episódio da série, podem ir ver outra coisa qualquer. Até mais de metade do episódio somos envolvidos por dramas familiares e problemas de adolescentes. Era tudo tão previsível como uma telenovela e sem dúvida que isso me deixou extremamente desiludida. Mas vamos analisar o episódio por partes…
O episódio começa com um soldado e o seu cão no meio de uma floresta. O soldado Bryan Hunt (Okezie Morro) acorda com uma aranha a passear-lhe pela cara e vê um grande e denso nevoeiro a aproximar-se. O seu cão corre para o nevoeiro e o previsível acontece: o cão morreu misteriosamente e Bryan entra em pânico, fugindo para a cidade.
Na cidade conhecemos a família Copeland, a mãe Eve (Alyssa Sutherland), uma professora que está prestes a ser despedida da escola onde ensina; o pai Kevin (Morgan Spector) e a filha adolescente Alex (Gus Birney). Apesar do certo despedimento de Eve, a sua relação com Kevin parece estável e ele até se oferece para ajudar mais em casa. Parece tudo perfeito naquela família (exceto o problema de trabalho, claro) até que Alex quer ir a uma festa e Eve não a deixa ir. Kevin acha que ela está a exagerar, por isso dá permissão à filha para ir à festa e pede para ela lhe prometer que não vai beber nada (sim, claro! Nem uma gota de álcool!). Ela vai à festa com o amigo Adrian (Russel Posner) e bebe tanto que depois é violada e não se lembra de nada. Pontaria das pontarias quando o suposto violador – Jay Heisel, um rapaz por quem ela tinha uma paixoneta – é filho de um polícia (nada conveniente, certo?). Isto gera confusões entre o casal e do nada a união entre eles desaparece; tanto que Eve pega na filha e quer levá-la para casa da irmã.
Depois de mais de metade do episódio com a apresentação da família Copeland (entre outros personagens), o nevoeiro finalmente vem. Tenho a dizer que os efeitos especiais do nevoeiro podiam ser muito melhores. No filme de há 10 anos atrás estavam muito mais realistas, a meu ver! Nesta altura vemos Eve e Alex num centro comercial da cidade antes de partirem para casa da irmã de Eve e Kevin está na esquadra, para falar com a polícia sobre o caso da filha, onde encontra Adrian a ser interrogado. Na esquadra encontram-se presos o soldado Bryan (porque foi criar o caos na esquadra avisando os polícias do nevoeiro) e uma mulher misteriosa e violenta. O nevoeiro cobre a cidade e as pessoas começam a… morrer? Serem devoradas por insetos? Tornarem-se zombies? Malucas? Não percebi bem o que acontece às pessoas no nevoeiro. Há algumas que se sobrevivem, mas outras são apanhadas por insetos (ou monstros) e devoradas. Se o efeito do nevoeiro já era estranho, então o efeito dos “morto-vivos” ainda é pior! O episódio acaba com as personagens presas, ora na esquadra da polícia, ora no centro comercial, a questionarem-se o que raio se está a passar.
O que raio se passou questiono-me eu até! Uma série que ansiava tanto para ver foi tão aborrecida e com uns efeitos especiais que ficaram muito a desejar. Ainda vou ver o segundo episódio para ver se melhora o seu argumento, pelo menos, mas cheira-me que a “novela” vai continuar apesar de todo o nevoeiro no exterior.
Cristiana Silva