Estamos de volta, Clone Club, para a nossa viagem final. Orphan Black proporcionou-nos momentos do melhor que a televisão pode oferecer. Criou-se uma mini-família de sestras que conquistaram os nossos corações e Tatiana Maslany finalmente foi consagrada com o seu tão merecido Emmy.
Em The Few Who Dare, Sarah está ferida na ilha de Susan Duncan. Luta para sobreviver no meio selvagem em busca de Cosima. Já esta reencontra-se com Delphine na pequena comunidade de Revival. Esta comunidade alberga muitos segredos da criação dos clones e, como já seria de esperar, está sob a atenção perigosa de Rachel. Alison, Donnie e Helena refugiam-se num parque natural, mas não estão a salvo das forças devastadoras de Rachel. Art recebe uma nova parceira na polícia e Felix procura descobrir o paradeiro de Mrs. S e Kira.
A temporada final de Orphan Black dá continuidade ao talento inigualável (e inesgotável) de Tatiana Maslany. A atriz supera-se a si própria constantemente ao colocar os seus diferentes “heterónimos” em situações fisicamente desafiantes. Mesmo que a abertura tenha sido “calma”, The Few Who Dare mostra verdadeiramente o carinho que os argumentistas sentem por estas personagens tão deliciosas. Há sempre tempo para um pouco de humor, ação, suspense, drama e quase todos os restantes subgéneros de televisão.
A decisão de trazerem apenas mais uma temporada final para encerrar esta história das nossas adoradas sestras foi uma decisão acertada. E porquê? Porque a série não ambiciona arruinar as personagens em prole de uma ideia pioneira que possa surgir para criar uma nova temporada. Nesta era da peak TV há que saber estabelecer limites. Ter a sensibilidade de saber quando o rumo da história caminha para o seu desfecho é uma qualidade rara nos dias que correm.
John Fawcett e Graeme Manson não procuram o sucesso. Muito pelo contrário, procuram trazer histórias sociais que toquem o público. Orphan Black é mais do que uma mera série de ficção científica. É um conto com fortes mensagens sociais que provam a importância de sermos seres humanos tolerantes uns com os outros. É uma viagem carinhosa sobre o amor. É um tesouro que merece ser preservado. Terminar em grande só torna Orphan Black num clássico instantâneo e um que, quem ainda não viu, que se apresse a ver.
Portanto, esta première traz-nos o seguimento de história que se precisava, apostando nas respostas mais importantes sobre a clonagem e recuperando todas estas personagens magníficas que fazem parte deste universo tão especial. Rachel está de volta e nós estamos inseguros com os destinos das nossas adoradas sestras. Vamos aguardar por mais desenvolvimentos nos capítulos seguintes e saborear todos os segundos deles.
Jorge Lestre