[Contém spoilers]
Insanity on the road
O SyFy traz-nos uma caricata série que fará em muitos aspetos lembrar Mad Max. “What a lovely day”. Carros canibais, ação sempre no limite, um estilo gore, sexo censurado, polícias sanguinários e personagens extravagantes e completamente loucas são apenas a ponta do icebergue do que podemos esperar em Blood Drive! Não é de todo uma série para toda a gente, mas quem viu e gostou do trailer vai ter exatamente aquilo que foi prometido.
A ideia chega-nos da mente retorcida de James Roland, mais conhecido pelo seu trabalho em Weeds e no filme Wristcutters: A Love Story (2006). Das estrelas que brilham nesta série destacam-se: Alan Ritchson como o polícia Arthur; Christina Ochoa no papel da femme fatale, Grace; Thomas Dominique como Christopher, o parceiro de Arthur; Marama Corlett como a intrigante polícia Aki; e Colin Cunningham a representar o malicioso mestre de cerimónias Slink.
E para quem é exatamente esta série, perguntam vocês? Bem, nas palavras do ilustre anfitrião Slink:
“Ladies and gentlemen, bastards and tramps, bloodsuckers, motherfuckers, road trash and vamps, to the queer and the strange, in the crowd and on the stage, to the violent, the malevolent, and those seeking a grave, welcome home!”
Ganhando inspiração do ambiente dos anos 90 e com elementos não só de Mad Max (1979), mas também de Death Race (2008), Grindhouse (2007) e até de Robocop (1987), Blood Drive retrata um futuro distópico, em 1999 (yup, é isso mesmo), em que o mundo está um caos, com escassez de comida e água. E se agora nos queixamos do preço da gasolina imaginem ter que pagar 2000€ por barril! Não admira que alguém se tenha lembrado de criar uma corrida mortal, com carros alimentados a fluidos humanos, onde o sangue funciona como gasolina (e nem imaginam como se ativa o nitro!) e o prémio final é de 10 milhões de dólares e a promessa de uma vida muito melhor. Os perdedores têm o privilégio de virar combustível para os outros. Muahaha.
Rib Bone, Domi e Cliff, The Gentelman e The Scholar, Clown Dick, Fat Elvis e Arthur e Grace, façam as vossas apostas para os vencedores da Blood Drive!!!
O mundo de Blood Drive também nos oferece outros elementos bastante interessantes como: multibancos onde se levanta água; polícias cuja lema é “We kill because we care” e cuja quota semanal é alcançada ao encher um jarro com dentes; uma nova droga misteriosa, Red Rapture; androides dominatrix e uma empresa, a Heart Enterprises (do género da Umbrella Corporation), que parece estar por detrás de todos os eventos.
Colin Cunningham é perfeito para o papel, Marama Corlett é arrepiante e misteriosa e Alan Ritchson também nos convence bem como polícia Barbie. Já Christina Ochoa precisa de mais personalidade. Os cenários apocalípticos, o sangue e a chacina, as cenas de ação e toda a realização no geral estão no topo e a banda sonora é uma adição excelente aos momentos transmitidos.
Depois de aceitarmos como verdades as insanidades no centro da série, o argumento mesmo assim peca por algumas incoerências (por exemplo o facto de Arthur não libertar logo as cheerleaders). No entanto, a série é única e mais que cativante e sem dúvida uma adição de nota ao canal SyFy. Para muitos será um must-watch. Quem tem dúvidas se a série terá hipóteses de ser renovada, lembram-se de quando o SyFy lançou Z-Nation em resposta a The Walking Dead e ao crescente interesse em zombies? Pois bem, a série já vai na 4.ª temporada.
A classificação do episódio foi dada segundo o sistema usado para os filmes Sharknado, ou seja, quanto pior a nota, mais bem conseguida está a vulgaridade e absurdidade.
Por isso apertem os cintos e preparem-se para 13 episódios de loucura e road rage. E não se esqueçam: Feed your engines!
Emanuel Candeias