The Flash – 03×21 – Cause and Effect
| 14 Mai, 2017

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[Contém spoilers]

“My suit is cooler than yours”

Este episódio, tal como a versão de Barry sem memórias, foi leve, divertido e com um humor até pateta por vezes. Trouxe-nos recordações de tempos mais fáceis e em que a dor não definia a vida de Barry, ajudando-nos a perceber melhor o percurso que levou à formação de Savitar.

A introdução do episódio foi uma masterpiece. No seguimento da revelação da identidade de Savitar temos a história de origem do vilão, de como este é um time remnant criado aquando da luta do Flash do futuro (aquele que vimos em 2029) vs Savitar, e que após ter sobrevivido à carnificina de Savitar é exilado pelos outros membros da Team Flash, tornando-se nada mais do que uma carapaça para o ressentimento e a dor. “God feels no pain”. Viajando para o passado, cria todo o mito e religião em volta de Savitar e do God of Speed, apodera-se da Pedra Filosofal e começa a jornada para se assegurar que no futuro Iris é morta e assim ele pode nascer. “Closed loop”, a história do ovo e da galinha. Nesta história fecham também as pontas relativas à mensagem de Rip Hunter em Legends of Tomorrow para não confiarem no Barry do futuro. Tudo se encaixa numa bela história bem escrita e bem pensada. Ficamos a pensar em qual é a peça que falta a Savitar para atingir o seu objetivo? Sem falar em onde arranjou aquela armadura espetacular. Todas estas viagens no tempo de Barry e do seu time remnant ainda só não chamaram a atenção de Black Flash, pois a própria Speed Force está a dar uma oportunidade a Barry de resolver esta confusão. Ainda de referir que o rápido confronto entre Flash e Savitar foi espetacular, numa demonstração explosiva dos seus poderes.

Plano de Cisco: o melhor ou o pior de sempre? O impulso inicial é claramente dizer que é o pior e que vai tudo correr mal (tal como se viu), pois mexer com a memória nunca dá bom resultado. No entanto, quando vemos que Savitar realmente ficou completamente desorientado e que este plano forneceu a oportunidade de Killer Frost redescobrir a réstia de Humanidade dentro de si, temos que admitir que o plano não foi de todo uma perda de tempo. Embora mesmo que funcionasse tal como planeado, me parecesse que Barry iria ficar género Dory de À Procura de Nemo (2003), e de 5 em 5 segundos ia-se esquecer do que estava a acontecer à sua volta.

O testemunho de Barry foi uma dose de comédia hilariante e permitiu que no final existisse uma ameaça e um vilão para o Flash ter de voltar. Embora Julian e Cisco para a próxima devam considerar não construir uns óculos ultra-sensíveis à água que apenas com umas gotas de suor deixam logo de funcionar. Será que a razão para o fracasso do Google Glass foi o mesmo? Eheh.

O tempo que Barry e Iris passaram juntos estando ele sem memória foi um drama carinhoso e sentiram-se saudades de tempos menos stressantes, onde a preocupação com o futuro não estava sempre presente. The Flash foi nas primeiras duas temporadas muito mais leve que Arrow, mas nesta terceira instalou-se um tom mais negro, justificável sim, mas que nos faz desejar que quando Savitar seja derrotado as coisas voltem a ser mais alegres. E Barry que fazia parte do clube de Anime!! Já ganha mais uma dúzia de pontos na minha consideração.

Também a interação entre Killer Frost, Cisco e Julian foi um bom momento dramático, com a história de Cisco a trazer uma nostalgia da 1.ª temporada quando a equipa era muito mais simples e unida. Apesar de querer ter Caitlin de volta espero que isso não aconteça tão cedo. Ainda não tivemos tempo suficiente com Killer Frost para perceber esta vilã e acho que é uma história que pode ser bem explorada. No final gostaria que fosse possível manter Caitlin com os seus poderes meta-humanos, mas logo se vê as surpresas que os produtores têm guardadas.

A integração de Tracy na equipa e a sua relação com HR esteve mais concisa e equilibrada neste episódio. No que toca a palestras motivacionais não há melhor coach do que HR e também há que dizer que ele é bom a dar nomes às coisas: Speed Force Bazooka!!

Outros pormenores interessantes:

  • Wally perder os seus poderes devido à perda de memória de Barry e o consequente impacto em Savitar
  • A recuperação da memória de Barry e dos seus poderes ser ligada à frase “Run, Barry, run”
  • Barry a perguntar a Iris como têm dinheiro para pagar aquele apartamento é uma questão que todos os fãs da série colocam

O tempo para salvar Iris começa a apertar e Barry tem que tentar todos os possíveis para salvar a mulher que ama, mesmo que isso signifique pedir ajuda ao seu inimigo Captain Cold. Por isso contem com a aparição de Wentworth Miller para o penúltimo episódio desta temporada, “Infantino Street”. Guardará o King Shark a chave para pôr a Speed Force Bazooka a funcionar? Até lá, boas corridas!

Previsões do que poderá acontecer no final da temporada [possível spoiler alert!]:

Se formos às comics investigar onde a história de Savitar nos poderá levar, muito provavelmente vamos chocar com o arco “The Flash: Dead Heat” (2000), escrito por Mark Waid. Esta é a principal história protagonizada pelo vilão Savitar nas bandas desenhadas e apesar das muitas diferenças entre essa história e a que vemos na série de televisão, o final pode vir a ser muito parecido. No final de Dead Heat, Wally (que era o Flash na altura) leva Savitar para a Speed Force, onde o consegue aprisionar, mas acaba por se perder no fluxo temporal e no seu lugar aparece uma personagem misteriosa, John Fox (o Flash do século 27). Sabendo nós que esta temporada é suposta acabar com um estrondoso cliffhanger, será que Barry conseguirá prender Savitar, mas acabará por ficar perdido no tempo?

Emanuel Candeias

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