[Contém spoilers]
All history
Por duas temporadas, a nossa curiosidade foi espicaçada ao máximo com os mistérios das identidades dos grandes vilões e nós aplaudimos e rejubilámos no momento da revelação. No entanto, dizem que à terceira é de vez e realmente foi, mas foi a vez em que a corda foi esticada demais. Já há bastantes episódios que ansiamos e quase imploramos para que fosse revelado quem é Savitar, pois aproximando-se perigosamente o fim da temporada, o tempo para percebermos as motivações do vilão e haver um desenvolvimento suficiente para termos um vilão forte e fascinante começa a escapar-se. Não só a revelação de quem é Savitar vem tarde na temporada como, para piorar, os produtores esticaram este episódio só mostrando quem ele é mesmo no fim.
“I Know Who You Are” foram 45 minutos de enredos repetitivos e de um drama amoroso completamente anti-climático e quando o momento de que todos estávamos à espera chegou não teve o impacto que devia.
No geral, tudo se encaixou de uma maneira demasiado fácil e fluiu de uma forma muito mecânica neste episódio e apesar de no final terem sido conseguidos alguns bons desenvolvimentos das personagens e uma boa cena de ação, a repetição constante quebrou por completo o suspense.
Por exemplo, o conflito entre Cisco e Julian apresentou-nos um momento final significativo com Julian a dizer a Cisco que os seus poderes nunca farão mal a ninguém porque não são usados com ódio ou maldade, mas as restantes escaramuças entre os dois ao longo do episódio foram vazias e serviram apenas para ocupar tempo. De igual forma, o drama amoroso entre Joe e Cecile começou por ser uma interessante abordagem à vida do detetive, que teve uma paragem cerebral a meio do episódio quando decide terminar a relação, mas que no final é salvo por uma declaração bastante romântica.
Tracy e HR ocuparam demasiado tempo de ecrã com uma relação insossa que surgiu completamente do nada e que veio tirar qualquer empatia que pudéssemos criar com esta nova personagem.
Killer Frost também acabou por ter um sabor agridoce. Não gostei do novo traje, principalmente porque ninguém no seu perfeito juízo iria usar uma saia daquele género para combater ou para se movimentar de qualquer maneira. O segundo ataque de Killer Frost à Team Flash foi uma jogada ambiciosa dos produtores, ao porem a vilã a surfar pela cidade com os seus poderes, mas que apesar de acrescentar novas táticas ao seu arsenal e até ter sido cool, tentaram realizar mais do que aquilo que conseguem e o CGI deu mostras de uma qualidade abaixo do que estamos acostumados. Para além disso, continuamos sem perceber realmente o coração de Killer Frost e a origem da sua mudança e do seu ódio por Caitlin. Vibe vs Killer Frost pelo menos foi uma batalha interessante e ainda bem que desta vez Cisco não perdeu as mãos.
Quanto ao juntar das peças no puzzle final na cabeça de Barry que o fez dizer “Eureka!” e finalmente perceber quem é Savitar, era em quem eu apostava e estou entusiasmado com a revelação e com o que poderá acontecer daqui para a frente. “I am the future Flash”. O primeiro velocista, o mais rápido, tudo isso e muito mais, apontavam para que fizesse sentido ser uma versão de Barry a estar dentro da armadura do God of Speed. No entanto, será esta a versão do Flashpoint, um Time remnant que se revoltou ou outra hipótese? Esta revelação também atenua as críticas de termos mais um vilão velocista nesta temporada porque, mais do que isso, Barry está a lutar contra si próprio e contra aquilo em que se poderia tornar. Tal qual o lema do vilão Joker, basta um dia mau para tornar louco o mais são dos homens. “All it takes is one bad day”. A história de Savitar é algo muito entusiasmante e espero que com o tempo que falta os produtores nos consigam surpreender. As vossas apostas para a identidade de Savitar iam para quem?
Na próxima semana, “Cause and Effect” tem oportunidade de se redimir e voltar a pôr a série nos eixos. HR vai continuar a convencer Tracy a desenvolver a sua pesquisa e criar a armadilha para Savitar, enquanto que Barry começa a considerar medidas dramáticas para parar o vilão. Até lá, boas corridas!
Emanuel Candeias