[Contém spoilers]
“Please don’t let the monsters get back inside”
Respostas, o processo de lidar com perda e um verdadeiro “demónio” é com o que podemos contar neste episódio de Outcast. A série continua a gradualmente melhorar de semana para semana e ninguém sabe o que vai acontecer quando atingir o seu pico. Continuam a acompanhar ou o ritmo lento da série levou-vos a desistir?
O trauma de Megan começa a arrastar-se um pouco, mas a participação ativa de Holly neste episódio, assim como a apresentação da mãe de Megan, foram pontos bastante cativantes nesta semana. Ainda está para provar se a religião e a fé realmente têm alguma relevância contra estes demónios, até ver todas as provas têm completamente frustrado o Reverendo Anderson. Desta forma, calhou bem o contraste com a mãe de Megan que parece achar que cumprindo o seu “dever cristão” e rezando bastante é o suficiente para proteção e para compensar tudo o resto. “We all make mistakes”. E nós bem sabemos que o acolher de crianças nem sempre correu bem, principalmente para Megan, que foi abusada por um deles. Ficamos à espera para ver se as rezas de Holly têm algum resultado.
Bob é uma personagem fascinante, pois encerra em si muitas respostas e uma experiência de vida complemente incalculável. Apesar das frustrações de que Kyle se apercebe, deste nunca o ter procurado, de depois de tantos anos mesmo assim não ter noção da verdadeira realidade e de ao longo da batalha ter perdido todos aqueles que amou e se ter isolado completamente do mundo, este não deixa de representar uma esperança de vitória na luta contra os demónios e também uma ligação ao seu desaparecido pai. É de realçar a comparação e a perceção de Kyle do que aconteceu com o seu pai e a sua mãe e do que está a acontecer com Allison. Uma das primeiras consequências das possessões demoníacas é a incapacidade de algumas pessoas aceitarem isso, o que as leva a rejeitar as pessoas que lhes querem abrir os olhos. A visita de Kyle ao abrigo do seu pai foi excitante (mais ainda para quem segue a banda desenhada, uma vez que o pai de Kyle também anda a ser abordado nesse caso) e mostra um possível futuro de onde a batalha contra Sidney o vai levar. Será que ele terá a “coragem” de ultrapassar a linha e torturar e matar Sidney? Fica ainda a dúvida sobre se a morte de Sidney irá resolver alguma coisa? Pois se o pai de Kyle e Bob se livraram de Helen e mesmo assim no máximo só retardaram os planos dos demónios, não fica uma grande esperança de que com Sidney as coisas sejam diferentes. Daí que Kyle se poderá destacar por, para além de lutar, também tentar realmente chegar ao fundo da verdade.
C.J. Hoff é o MVP do episódio e a representação da personagem de Aaron para a nossa realidade é estrondosa, pois ele consegue ser um humano com uma perversidade ao nível do pior dos demónios. Não estava nada à espera que ele chegasse a fazer aquilo à mãe! Sem dúvida ganha o prémio de pior filho do ano. E os abusos que sofreu às mãos do pai explicam em parte o fascínio que tem pela figura de Sidney. Está num ponto que me parece para lá da redenção, o mais certo é ainda morrer às mãos do próprio Sidney, quando este já não tiver qualquer uso para ele.
Ainda neste episódio, descobrimos que a agente da polícia é um demónio, o prefeito afinal é mesmo um demónio (embora venha mais uma vez levantar a dúvida se estes realmente são todos malignos ou apenas vítimas das circunstâncias). Para além disso, acho que têm que atualizar o placard à entrada da cidade de Rome para o número de pessoas a viver lá que não estão possuídas. Começo a acreditar que seria um número assustadoramente baixo.
A perseguição a Sidney chega ao midseason no próximo episódio, “The Common Good”, e Kyle está cada vez mais perto de encontrar o grande demónio. Por seu lado, Anderson irá descobrir um potencial aliado inesperado. Até lá, cuidado com os sítios escuros!
A estrear brevemente em Portugal (4 de maio), e com boas crítica,s está o filme de horror e mistério Get Out. O trailer parece promissor! Fica a sugestão.
Emanuel Candeias