Guerrilla, minissérie da Showtime, relata-nos a luta de um casal ativista no início dos anos 70 em Londres. Marcus (Babou Ceesay) é professor de inglês na prisão. A namorada, Jas (Freida Pinto), é auxiliar de enfermagem. O que os une, além do amor, é a luta contra as injustiças, que assolavam o Reino Unido no início da década de 70, principalmente contra os afrodescendentes. A brutalidade policial e a constante perseguição aos ativistas dos direitos humanos e da luta contra o racismo estava no seu auge. Enquanto se debatiam e manifestavam contra as novas leis de imigração do Reino Unido, que restringia cada vez mais a ida para aquele país, e podia implicar o expatriamento, o jovem casal partilhava os mesmos sentimentos com um outro casal de amigos. Ambos os casais lutavam pela paz, manifestavam-se sem violência, mas mais uma vez a brutalidade da polícia mostra a sua cara e, durante um protesto contra a National Front e o Immigration Act 1971, num momento aceso, onde no mesmo espaço estavam também movimentos racistas, Julian, amigo do casal, é morto pela polícia.
Julian Clarke tinha sido dado como o cabecilha e organizador do movimento e do protesto, numa promiscuidade entre a polícia e membros da comunidade africana que, sem nenhum tipo de pudor, não tinham problemas em denunciar os amigos, talvez até na sua ingenuidade julgassem que estavam a ajudar a causa. Com a morte do amigo, Marcus e Jas ponderam se o caminho da luta que estão a percorrer é o melhor. Procuram mais ação e mais intervenção, caminho que não é aprovado por Kent, ex-namorado de Jas, interpretado por Idris Elba. Uma das suas bandeiras de luta é a libertação de um preso político. Com o avançar da trama, o jovem casal decide enveredar pela luta armada e pela força conseguem libertar Dhari Bishop.
Uma vez que já estão demasiados envolvidos na fuga, e ao serem procurados pela polícia, acabam por passar a viver à margem, até porque, durante a fuga, Marcus assassina um polícia, algo que o deixa bastante abalado, já que não era essa a sua intenção. As interpretações dos atores são fenomenais, assim como a trama e a fotografia da série. Apesar de algumas críticas não tão abonatórias, por falhas na história, vale a pena ver.
Ana Galego Santos