[Contém spoilers]
Linhas esborratadas
“Dangerous Liaisons” desvia-nos um pouco da história principal de forma a atar alguns enredos, desenvolve um pouco mais a história de Wild Dog e, acima de tudo, levanta questões morais do certo e errado. É um episódio sólido que não sabíamos que queríamos, mas que é bem-vindo.
Mesmo sem aparecer no episódio, Adrian Chase mostra que não só é um ás na arte de desaparecer do radar (não fosse a sua mestre Talia Al Ghul!), como também tem um sentido de humor e inovação para as armadilhas. A cena inicial na loja de jogos arcade foi brilhante!
Oliver é um cliente regular da escuridão. Aliás, muitas vezes escolhe essa opção para evitar que outros tenham que enveredar por esses caminhos; Diggle também não é estranho a ela, mas, do trio, Felicity é quem se tem mantido sempre mais pura, funcionando na maioria das vezes como a bússola moral do grupo. Da mesma forma, Lyla, apesar de ser uma espia e agora estar à frente da ARGUS, sempre se distinguiu perfeitamente de Amanda Waller por não usar táticas e métodos ambíguos e imorais. É por isso que, como Diggle diz, quando estas duas ultrapassam a linha é mesmo de nos interrogarmos se realmente ainda existe uma linha para ser cruzada.
ARGUS e Team Arrow vs Helix e Felicity. O mais interessante do episódio foi que não se pode dizer que houve um lado certo e outro errado, ambos têm adeptos dependendo da opinião de cada um. O desfecho do enredo de Helix levou assim um twist surpreendente, uma vez que este grupo não se revelou mais maligno do que o grupo de hackers em Mr Robot ou até mesmo os famosos Anonymous. Como diria um sábio diretor de Hogwarts: “É preciso coragem para enfrentar os inimigos e ainda mais para enfrentar os amigos”. Acham que Felicity esteve certa em arriscar tudo para poder ter os meios de localizar Chase? E será que Lyla não tem alguma razão na sua forma de exercer justiça? Independente das opiniões, é certo que isto proporciona arcos interessantes para ambas as personagens, especialmente para Felicity, que tem estado bastante bem nesta temporada. E não me parece que seja a última vez que vamos ouvir falar de Helix. Talvez voltem na próxima temporada.
Outros aspetos interessantes:
Uma vez que foi confirmado que tanto Wild Dog como Black Canary serão personagens regulares na próxima temporada – assim como Thea e Black Siren. Apesar de a falta de informação relativa a Curtis me deixar na dúvida sobre o futuro da personagem – é normal que a história destas personagens seja mais aprofundada. Aliás, os produtores confirmaram ainda que os flashbacks regulares como os conhecemos irão acabar nesta temporada, o que não quer dizer que ocasionalmente não tenhamos visitas às “ilhas” dos passados de outras pessoas. Existem também rumores de uma possibilidade de Ragman regressar. E já que estamos numa onda de notícias, para o final desta temporada parece que tanto o Dark Archer como Deathstroke vão ter papéis importantes. Isso é que vai ser um final bombástico!
Voltando ao episódio, o plot de Quentin a tentar perceber mais sobre a vida de Rene e a tomar iniciativa para este concertar a situação com a filha foi um bom momento de drama. Principalmente a revelação do porquê de Rene se querer manter afastado da filha. “I guess, you can teach a dog some new tricks, even a wild one”. Quem é que achava que Wild Dog fosse dar uma reviravolta tão grande desde que apareceu e fosse promovido a regular na próxima temporada e tudo?
Para a próxima semana, em “Underneath”, as consequências das ações de Felicity e Lyla e os “fossos” que estas criaram com Oliver e Diggle irão ser abordados. Até lá, salvem a vossa cidade!
Numa linha aparte, quem está entusiasmado com a 3.ª temporada de Young Justice? A estreia já está confirmada para 2018. Quem ainda não teve a oportunidade de ver a série é altamente recomendada, vale mesmo a pena e demonstra o quanto a DC Comics está à frente no que toca à animação. Pode também interessar-vos ver o novo filme Teen Titans: The Judas Contract (2017), donde foi tirada em parte a inspiração para a traição de Artemis nesta temporada de Arrow.
Emanuel Candeias