[Contém spoilers]

Thug Life!

Descobrimos a identidade de Prometheus, olhámo-lo nos olhos e vimos a negra alma que tem, observámos enquanto torturava e quebrava o nosso herói e neste episódio continuamos a seguir esta linha de acontecimentos com Oliver a desistir da sua cruzada, mas a arranjar uma alternativa para lidar com o problema de Adrian.

Se me disserem que na história de toda a televisão é capaz de ser difícil encontrar alguém que duvide mais dele próprio e esteja constantemente a ter pena dele próprio do que Oliver Queen, eu não argumentaria muito. No entanto, neste caso, essas dúvidas surgem espontaneamente com os acontecimentos anteriores e são lidadas da forma correta. Era impossível Oliver não ser afetado pela perceção de Prometheus de que ele não passa de um psicopata, que para piorar tudo anda a arrastar os seus amigos para a escuridão que vive dentro dele. Já existiram vezes em que revirei os olhos em cenas de Oliver a duvidar dele próprio, mas esta semana não foi uma dessas vezes. E a conversa animadora de Diggle foi uma peça que encaixou na perfeição e permitiu que esta dissolução da Team Arrow não se arrastasse e ficasse resolvida apenas num episódio sólido e focado.

Sabemos que um vilão é extremamente aterrador quando a sua ameaça prevalece mesmo quando lhe tirámos as suas armas e o seu disfarce e deixamos apenas a pessoa em si. Podemos argumentar que em todas as temporadas os vilões tiveram essa característica, mas foi em Slade Wilson que isso mais se destacou – Slade Wilson era mortífero e Deathstroke era mortífero, entre um e outro venha o Diabo e escolha. Pois, nesta temporada vemos algo bastante semelhante, o sensor de perigo dispara tanto na presença de Prometheus como de Adrian Chase, não há como fugir das táticas assassinas deste vilão ou dos seus planos ardilosos. Mesmo quando Adrian não faz nada mesmo assim ganha pontos e claramente vemos isso neste episódio em que o perigo para Star City foi trazido pelo próprio Oliver.

“Estou preocupado com o que me posso tornar sem a tua ajuda”

A Bratva do passado e a Bratva do presente, ambas lideradas por Anatoly, parecem organizações complemente diferentes. Os flashbacks foram simples, curtos e na medida ideal, servindo o propósito de mostrar uma Bratva preocupada com a sua comunidade e uma organização que se aproxima mais de solidária do que criminosa, assim como uma relação de amizade entre Anatoly e Oliver. Já o Anatoly que vem a Star City para assassinar Prometheus apresenta-se não como um amigo de Oliver, mas como um mercenário e um vilão. Parte o coração ver como Anatoly mudou tanto e o quanto se separou do caridoso e engraçado gangster que antes conhecíamos. Descer tão baixo ao ponto de mandar matar reféns só para poder roubar medicamentos deixa-nos a imaginar que virá o dia em que o Green Arrow poderá ter que deter Anatoly de vez. Todo o plano foi um erro por parte de Oliver e espero que no toca à parte de querer matar Adrian isso também mude para a capturar e o levar à justiça – senão qual é o propósito de toda esta viagem que começou no primeiro episódio da temporada com Oliver a matar um criminoso só por este ter descoberto a sua identidade?

A ação e as cenas de luta continuam com uma boa qualidade e com um ritmo que nos deixam agarrados. Foi interessante ver a Team Arrow atuar sem os seus disfarces – lembram-se do paleio do início sobre o que faz um verdadeiro vilão? Também se aplica aos heróis. Não se pode negar que Helix tem dado uma ajuda preciosa e agora até Curtis parece estar a ser puxado para o grupo. No entanto, o propósito deste grupo nesta temporada continua desconhecido e as suas táticas agressivas deixam uma sombra a pairar sobre eles que só pode indicar problemas.

Após uma longa pausa, Arrow voltará a 26 de abril com o episódio “Dangerous Liaisons”. A promo prevê um confronto entre Team Arrow vs Team Helix e Felicity parece ter escolhido o lado errado. Onde é que Helix realmente se encaixa nesta temporada? Até lá, salvem as vossas cidades!

Emanuel Candeias