Time After Time – 01×01/02 – Pilot/I Will Catch You
| 09 Mar, 2017

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[Contém spoilers]

A Man Out of Time

Com livros tão famosos como A Máquina do Tempo, O Homem Invisível e A Guerra dos Mundos, que decerto constam em algumas listas de livros a ler antes de morrer, a notícia de uma série sobre as aventuras do autor destas obras, o ilustre H. G. Wells, e a sua máquina do tempo foram mais do que suficientes para deixar água na boca com antecipação.

Assim, pela mente de Kevin Williamson, chega-nos a série Time After Time, a nova aposta da ABC baseada no filme (1979) e livro (1979) com o mesmo nome da série.

Como estrelas a série conta com: Freddie Stroma (UnReal, Harry Potter e os Talismãs da Morte: Parte 1 e Parte 2) no papel principal de H.G. Wells; Josh Bowman (Revenge) como o vilão Dr. John Stevenson/Jack, o Estripador, e Genesis Rodriguez (Identity Thief) como o interesse amoroso Jane Walker.

Começando em Londres de 1893, a história trata de como Jack, o Estripador, fugiu para o ano de 2017 usando a não-testada máquina do tempo do jovem H.G. Wells e este parte na perseguição do seu amigo, surpreendentemente revelado um assassino em série.

Num futuro distante, o mundo está longe da utopia imaginada por Wells e a violência foi maturada ao ponto de Stevenson se considerar um amador nos dias que passam. Tal e qual como gato e rato, os dois viajantes do tempo perseguem-se um ao outro, um à procura de justiça e outro tentando usurpar a chave controladora da Máquina do Tempo.

Time After Time teve mais de uma hora (com 2 episódios) para nos conquistar e provar o seu valor, mas tudo o que provou foi que H.G. Wells não é o único a estar fora de tempo. A série é desatualizada e pouco original. A premissa parecia encorajadora, mas tudo não passou de um sonho do que poderia vir a ser uma bela homenagem ao grande escritor e às suas fantásticas histórias. Um enredo extremamente repetitivo e que facilmente se torna aborrecido, uma realização e banda sonora insípidas e irrefletidas e uma interpretação que deixa muito a desejar, com personagens que, sem serem minimamente caracterizadas e aprofundadas, desenvolvem relações espontâneas de afeto. Jack, o Estripador, inicialmente engana-os a pensar que é um vilão inteligente e com personalidade, revelando não passar de obstáculo repetitivo a ser enfrentado em todas as cenas sempre da mesma maneira (fiquei apenas curioso do porquê de não ter morto a outra rapariga. E será que agora que sabe que no futuro todos conhecem os seus atos, mas ninguém conhece o verdadeiro autor dos crimes, poderá isso levá-lo a mudar a maneira de fazer as coisas?).

A Máquina do Tempo em si e a viagem temporal são pelo menos interessantes e cativantes.

Tendo nós super-heróis a viajar no tempo em Legends of Tomorrow, uma série apocalíptica para tentar mudar o futuro e salvar a humanidade em 12 Monkeys, protetores do tempo em Timeless e até mesmo uma equipa nacional do governo todas as semanas a brilhar para nós na RTP1 com o Ministério do Tempo, precisamos mesmo de Time After Time na nossa vida? Não me parece. A série ou sofrerá uma radical reestruturação nos próximos episódios ou a previsão será de cancelamento.

Com 12 episódios até ao final da temporada, o 3.º episódio estreará já na próxima semana. “Out of Time” é um título ideal para os produtores ainda tentarem dar a volta à coisa.

Emanuel Candeias

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