Ministério do Tempo – 01×10 – Episódio 10
| 12 Mar, 2017

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Lisboa, 1981. Dois polícias à paisana interrogam os seus informadores quando recebem uma chamada: distúrbio doméstico no 3.º andar da Rua António Grilo, n.º 28. Um deles já ouviu esta morada antes, deixa os dois criminosos algemados e vai para o local. Ao chegar ao apartamento, sozinho, vê uma mulher amarrada a uma cadeira enquanto o filho se esconde e é atingido por trás, deixando cair a arma. Quando recupera os sentidos, um homem (Gustavo Vargas) está a apontar a arma à mulher e, apesar dos seus apelos, ele dispara e foge para um armário. O polícia levanta-se e vai atrás dele usando outra pistola que tinha escondida, mas ao sair do armário depara-se com um café em pleno século XXI e fica chocado. Surgem dois polícias que lhe dizem para baixar a arma e ele identifica-se como colega, mas quando os agentes verificam os seus documentos ficam chocados e levam-no sob custódia.

No Ministério, Salvador questiona Irene e Ernesto sobre as buscas por Tiago e ambos respondem que ainda não existem novidades, mas que Irene irá recuperar o conteúdo do seu computador, apesar da desconfiança de Ernesto. Maria dos Prazeres chega com um ficheiro e informa que a polícia prendeu Júlio Mendes (Ângelo Rodrigues), um assassino que procurava desde 1981 e que, surpreendentemente, não envelheceu um único dia.

Entretanto, Afonso e Amélia conversam sobre Tiago, tentando perceber para onde ele terá fugido. A estudante confessa que existe outra fotografia onde surgem ambos casados e com a filha e mostra-a a Afonso, que a aconselha a manter o segredo e sossega-a de que Tiago não foge deles com medo do que o futuro reserva. Os dois são chamados ao gabinete de Salvador, que os informa que um assassino viajou no tempo e nesse momento Ernesto e Irene chegam com Júlio Mendes ao Ministério.

Ao ser interrogado, Júlio – mais conhecido por Pacino, nome que provoca alguma confusão a Afonso – confessa que não matou ninguém – apesar de o tiro ser da arma dele – e que o verdadeiro assassino a roubou e a usou para cometer o crime e que depois escapou, com Pacino na sua alçada. Salvador rapidamente percebe que estão perante uma porta do tempo e envia Afonso, Amélia e Ernesto ao café para averiguar a situação.

Os três fazem-se passar por três representantes da ASAE, para desagrado do proprietário. que rapidamente critica os funcionários públicos, para revolta de Ernesto. Na cave, descobrem uma porta selada e Ernesto chama um serralheiro, que rapidamente a abre, permitindo Afonso e Amélia viajar através da porta até 1981, ao local do crime.

No entretanto, Pacino, Irene e Salvador tentam descobrir através de câmaras de segurança para onde escapou o assassino e o agente fica espantado com a tecnologia e as vantagens que esta traz. Pacino rapidamente reconhece o verdadeiro assassino nas filmagens e os três assistem ao momento em que ele se livra da arma num caixote do lixo. Salvador liga a Ernesto para a recuperar e Pacino tenta seduzir Irene, que afirma gostar tanto de mulheres como ele. É quando o chefe decide contar a verdade ao agente e faz-lhe uma visita guiada ao Ministério, afirmando que o trabalho deles é manter a história de Portugal intacta. Pacino continua espantado com a sexualidade de Irene, que ele considera um “desperdício”, para divertimento de Salvador.

No fim da visita, o polícia fica indignado por não poder deixar o Ministério e voltar para a sua época, mas Salvador explica-lhe que ele é um assassino procurado e que é impossível explicar que o verdadeiro criminoso é um viajante do tempo. Pacino revolta-se e confessa que aquele não foi o primeiro assassinato a ocorrer em 1946 e que o seu pai, também polícia, apanhou o assassino em flagrante, mas que não o seguiu pelo armário. Durante anos e anos, o pai de Pacino contou a história e foi rotulado como maluco pelos colegas, acabou por perder o trabalho, a sua reputação, e suicidou-se quando Pacino tinha 4 anos. Aos 9 anos, Pacino fica órfão, jura vingar a honra do pai e descobrir a verdade sobre os assassinatos que ocorreram naquela casa.

Em 1981, Amélia e Afonso descobrem documentos e recibos que revelam que o proprietário dos mesmos viaja pelo tempo. Os dois voltam ao Ministério e reúnem-se com Pacino, Ernesto, Salvador, Irene e Maria dos Prazeres e revelam a sua descoberta: o dono da imobiliária do prédio chama-se Francisco Morais e usa o seu dinheiro para fazer doações a um orfanato há já várias épocas e é também o proprietário do edifício do café onde se encontra a saída da porta. Afonso mostra também livros que revelam como é que Francisco Morais conseguiu fazer fortuna: viajava no tempo e descobria os números das lotarias e resultados de jogos para poder fazer apostas.

Irene, disfarçada de agente da PSP, caminha junto ao prédio onde ocorreram os assassinatos, cruza-se com o culpado e interroga-o sobre o dono do prédio. Este aparenta calma, mas ao entrar no apartamento começa a recolher os seus bens e vai até ao café, onde entra pela porta do tempo, mas, ao contrário do que esperava, não sai no apartamento noutra época, mas sim no centro do Ministério. Pacino tenta atacá-lo, mas é segurado. Francisco tenta fugir e é impedido por Afonso.

Salvador e Ernesto interrogam Francisco e revelam-lhe que já encontraram oito cadáveres na sua cave. Ernesto tenta fazê-lo sentir-se culpado por deixar tantas crianças órfãs, mas ele afirma que sempre fez questão que estas estivessem em boas condições, fazendo as doações ao orfanato. Salvador ameaça-o com uma “estadia” numa masmorra medieval e Francisco concorda em falar, mas apenas com Pacino. Salvador informa o agente, mas pede-lhe que não toque em Francisco. Pacino concorda, mas ao entrar na sala de interrogatório agride o homicida.

Francisco tormenta Pacino sobre a morte do pai e diz que também o deixou órfão. Pacino revolta-se, mas o criminoso diz que são todos vítimas. O agente começa a exaltar-se, mas Francisco propõe-lhe um acordo em troca da verdade.

Pacino reúne-se com Salvador, Ernesto, Amélia e Afonso e diz que Francisco cometeu um total de 25 homicídios. Ele fazia pesquisas e investigações para arrendar o apartamento a mulheres solteiras e loiras com um filho, algumas delas até fugiam de marido abusivos, e, quando elas se sentiam confortáveis, matava-as. Salvador dá a missão por concluída e Pacino revolta-se: quer voltar atrás no tempo e impedir as mortes e, quem sabe, mudar o destino do seu pai. Salvador explica-lhe que, por muito doloroso que seja, tudo acontece por um motivo e que eles não podem interferir. Pacino promete cumprir as regras e Salvador diz que ele começa no dia seguinte e terá de observar Amélia e Afonso numa missão muito simples: ir até 1993 e convencer Dolores Aveiro a deixar Cristiano Ronaldo jogar futebol. Pacino duvida que isto influencie a história, mas Salvador ignora-o, verificando no seu caderno qual a porta que devem utilizar.

Afonso e Amélia despedem-se de Pacino, que irá passar a noite no Ministério até ser colocado num apartamento. O agente confessa não ter nada à sua espera e Amélia lamenta o facto, mas Pacino desvaloriza, afirmando gostar da vida de solteiro. Amélia e Afonso dirigem-se às respetivas portas e a estudante confessa não ter grande vontade de voltar para casa, pois sabe que irá discutir com a mãe. O cavaleiro pede-lhe calma e assegura-lhe que irá sempre estar ao lado dela e que nunca estará sozinha.

Nessa noite, Pacino vê Francisco ser levado para a prisão e, num impulso, vai até ao escritório de Salvador, onde rouba uma página do caderno onde estão escritas todas as portas e todas as épocas para onde dão.

Irene investiga o computador de Tiago e descobre que este andou a investigar sobre Moçambique em 1897. No dia seguinte, afirma a Salvador que não descobriu nada, mas são interrompidos por Ernesto, Amélia e Afonso, que afirmam que Pacino desapareceu. O chefe suspeita imediatamente que este tenha ido a 1946 para salvar o pai e quando pega no caderno para verificar a porta para que estes o possam impedir, descobre que desapareceu.

Amélia e Afonso correm atrás de Pacino, que já está na casa, mas rapidamente descobrimos que estão em épocas diferentes! Amélia e Afonso estão em 1946, antes de o pai de Pacino chegar, e Francisco ameaça uma mulher com uma faca. Amélia pede a Francisco que tenha calma, que a leve como refém através do armário, e em troca deixa a mulher sair em segurança com a criança. Ao mesmo tempo, em 1886, Pacino confronta um homem que ameaça a esposa com a faca, enquanto o filho observa.

Pacino convence o homem a baixar a faca e os dois envolvem-se numa luta, enquanto Afonso, em 1946, é obrigado a entregar a sua arma a Francisco, que rapidamente deixa a mulher e a troca por Amélia, apontando-lhe a arma de Afonso. Durante vários momentos de intensidade, assistamos à luta de Pacino, em 1886, e à tentativa de Afonso de salvar Amélia. Ouve-se um tiro.

Em 1946, Afonso e Amélia ficam chocados por Francisco, assim como a mulher e o seu filho, terem desaparecido do nada e abraçam-se aliviados e confusos. Em 1886, Pacino matou o homem com quem lutava e convence um jovem Francisco a sair do armário em segurança para depressa se abraçar à mãe.

De volta ao Ministério, Salvador repreende Pacino e Ernesto acusa-o de os ter tentado enganar. Irene questiona o porquê de ele não ter ido salvar o pai e Pacino confessa o acordo que fez com Francisco para saber a verdade: este dava-lhe o nome de todas as vítimas, mas ele tinha de viajar a 8 de maio de 1886 e matar o pai de Francisco. O pai de Francisco era um bêbedo que batia na mulher e no filho e que um dia perdeu o controlo e assassinou a mulher, enquanto o filho, escondido no armário, viu tudo. Quando o pai foi à sua procura para o assassinar, Francisco ativou a porta do tempo sem querer e conseguiu fugir, aparecendo em 1921, onde é levado para o orfanato para o qual veio a fazer as doações.

No fim do episódio, vemos Irene a encontrar-se com Susana Meireles e descobrimos que é ela quem a informa de tudo o que acontece dentro do Ministério, traindo assim os seus colegas mais uma vez. Irene fala-lhe que Pacino é ainda mais imprevisível que Tiago e que já descobriu para onde este fugiu. Irene pede a Susana que não lhe falhe, pois está a fazer isto para tornar o Ministério um lugar melhor e ela diz-lhe que irá cumprir a sua promessa. Ao contrário do que pensava, Irene irá continuar com o lugar de vilã da história e estou ansiosa por descobrir como é que ela irá prejudicar o Ministério e como é que toda a equipa irá encarar esta nova traição.

Gostei bastante do episódio, apesar de ter sentido saudades de Tiago. Pacino é um personagem interessante que irá trazer um alívio cómico à história e que Afonso continue a confundir Pacino por Chapino durante algum tempo, porque o desespero do agente é extremamente engraçado! Ângelo Rodrigues esteve muito bem na sua estreia e estou ansiosa por ver o que este irá trazer de novo à série.

Um grande aplauso a Gustavo Vargas, que esteve muito bem no seu papel, e já não é a primeira vez que surpreende como vilão.

A relação de amizade entre Afonso e Amélia, algo que eu já queria há algum tempo, intensificou-se devido à ausência de Tiago e não posso deixar de ficar agradada ao ver que o cavaleiro está a deixar para trás os seus pensamentos machistas e aceita Amélia como uma igual.

Não posso deixar de ter um carinho especial por este episódio. A ideia de um psicopata que viaja pelo tempo é bastante interessante e no fim descobrirmos o porquê de ele matar todas aquelas mulheres foi fenomenal. Sem falar que, com Pacino a impedir o trauma que o pai lhe causou, Francisco nunca se tornou num assassino, impedindo assim dezenas de mortes.

Mas não posso deixar de me questionar: se Pacino impediu que Francisco se tornasse num assassino, isto quer dizer que o seu pai nunca foi à casa e o viu desaparecer pelo armário, ou seja, ele nunca passou por louco e se suicidou, o que significa que Pacino nunca se tornou órfão. Isto não deveria alterar também a história dele? Ele se calhar nunca se tornaria polícia! Ou nem sequer viajaria no tempo para perseguir Francisco! Não é isto uma falha de história? Não faltará aqui uma explicação do porquê de Pacino não ter também desaparecido do Ministério, se alterou a história de tal maneira?

Espero que o próximo episódio traga mais respostas que perguntas e, quem sabe, o nosso paramédico favorito!

Beatriz Pinto

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