[Contém spoilers]

10 steps ahead

Depois da revelação da identidade de Prometheus como Adrian Chase, chega-nos a revelação do quanto este é desprezível e está disposto a tudo para arruinar a vida de Oliver. Este episódio centra-se na natureza do vilão da temporada e nos seus jogos pérfidos, fomentando o ódio do público pelo vilão e estabelecendo-o como um oponente à altura do Green Arrow.

A procura por Talia gerou mais respostas do que Oliver estava à espera. Não só ela confirmou que treinou Prometheus, revelou-lhe a sua identidade como Adrian Chase, mas também pronunciou o seu nome completo – Talia Al Ghul, anunciando que também ela quer ver Oliver a sofrer por ter morto o seu pai. Foi bom ver Talia no presente e será engraçado ver o contraste da sua relação com Oliver no passado e agora no presente. Como seria de esperar, ela não envelheceu um dia, mas será que guardou um mini Poço de Lázaro quando se separou de Ra’s Al Ghul ou irá começar a sentir o peso da idade? As coisas complicam-se exponencialmente para a Team Arrow quando o número de vilões poderosos a mirar os seus pescoços aumenta de dia para dia. Prometheus, talvez Vigilante e agora também Talia. Mesmo com a ajuda dos recrutas não será uma luta fácil. E, neste seguimento, mais uma vez pergunto: onde raio anda Artemis?

O sorriso presunçoso de Adrian dá vontade de esmurrá-lo, mas deliciámo-nos com a transformação do confiável e corajoso promotor público para o sádico assassino em série. Josh Segarra foi uma excelente escolha para o papel. O rapto de Susan impede que o Green Arrow possa acabar de vez com o vilão e assim grande parte do episódio centra-se na procura da jornalista. Com a cartada de Susan na manga, Adrian joga com tudo a seu favor, conseguindo sempre estar à frente de Oliver: pondo os nervos em franja a Rene e Quentin, utilizando a polícia a seu favor para perseguirem o Green Arrow; eliminando os potenciais aliados de Oliver (deixando o capitão Pike em coma), reage sem emoções às armadilhas da Team Arrow (matando a própria esposa sem pensar duas vezes) e continua a usar o papel de Oliver como prefeito para minar as suas ações como herói.

O desespero de Oliver deixa-o à beira do precipício, começando por querer prender Adrian, para jurar matá-lo e no fim acabar, literalmente, de mãos atadas. Quando se questiona se vale a pena continuar a ser humano é porque está mesmo no limite dos valores que o levam a ser um herói. Apesar de ter levado à morte dela, foi uma jogada tanto genial como ousada a de usar a mulher de Adrian e, em termos de ação, a cena final da luta entre os dois arqueiros esteve bastante boa. Fica uma certa dúvida: se Talia é apenas uma peça na vingança de Prometheus ou se poderá ser ela a estar por detrás de todo este jogo? Esperemos que seja o primeiro caso, pois a família Al Ghul já teve o seu tempo debaixo dos holofotes.

O desejo de vingança de Prometheus e o prazer que tira dos seus jogos perversos tornam-no num vilão imprevisível e muitíssimo perigoso. Mesmo quando os heróis ganham ao recuperar Susan, o balanço continua negativo, pois perdem Oliver. Prometheus não deseja a morte de Oliver, mas sim um sofrimento prolongado até este deixar de ser quem é. Será que Oliver aguentará a tortura? Irá mais uma morte levá-lo a passar a linha para a escuridão?

Felicity foi essencial para encontrar Susan, usando recursos de Helix, mas em contrapartida tem que trabalhar para eles. Este grupo que em primeira instância até parece digno e de valores nobres e até heroicos, decerto esconde uma corrupção profunda por possuir demasiado poder. E assim, esta precária amizade rapidamente se transformará em mais um inimigo com que lidar. Poderá existir alguma ligação entre Helix e Prometheus?

Também Mr. Terrific continua a cimentar a sua recente capacidade de ser confiável e as T-Spheres têm mil e uma aplicações, sendo a imaginação o limite. Para além da Black Canary, será que mais algum dos recrutas chegará à próxima temporada? O meu sexto sentido diz-me que pelo menos um deles ficará pelo caminho: será Wild Dog ou Mr. Terrific?

Os flashbacks tiveram direito a bastante tempo de antena esta semana e não faltaram tiros e ação. É uma pena Anatoly não ter direito a mais falas, pois é hilariante. Ele a perguntar a Oliver o que é que estava a fazer com a voz quando se vestiu como The Hood foi impagável. O confronto final no ringue de hóquei foi explosivo, com cenas épicas desde Anatoly a dar uma de Neo do filme Matrix, a fazer chover balas sobre os inimigos, e Oliver a ceifar vidas à medida que deslizava pelo gelo. Grande parte do sucesso deste ano nos flashbacks deve-se ao ator David Nykl e à dupla fantástica que a sua personagem Anatoly e Oliver fazem. Esperemos que o regresso de Kovar para a semana venha engrandecer o enredo e criar expectativa para a sua batalha com a Bratva na season finale.

O próximo episódio, “Kapiushon”, parece que será mais focado no passado. Teremos Dolph Lundgren (Kovar) de volta e as tendências demasiado violentas de Oliver irão criar atrito com Anatoly. No presente, Prometheus irá continuar a infernizar Oliver e a tentar que ele quebre de vez. Até lá, salvem a vossa cidade!

Emanuel Candeias