[Contém spoilers]
Dr.ª Robbins, com que então a confraternizar com o inimigo? A beijar o inimigo? E a fingir não gostar do inimigo à frente de todos? O pessoal acha que April é uma traidora, mas o que achará de Arizona quando descobrir o envolvimento com Eliza? April fez tudo às claras, Arizona está obviamente a esconder-se. Quando os apoiantes de Richard descobrirem não vai ser bom, mas entretanto ela parece estar REALMENTE a divertir-se com o inimigo. E eu estou a divertir-me muito a assistir àquilo, confesso!
Também estou contente com o facto de a complicação da semana passada, com a cirurgia que Steph realizou, não ter em nada afetado a forma como o método de Eliza continua a ser implementado no hospital. Faz todo o sentido que os residentes sejam capazes de ‘pôr as mãos na massa’, já que se aprende muito melhor a fazer do que a ver.
Um dos casos médico envolvia um transplante de rim, uma doação de mãe para filho. O miúdo, de 16 anos, foi interpretado por Robbie Kay, o Peter Pan de Once Upon a Time. No caso estiveram Jo e Steph como cirurgiãs principais e Alex e Richard trabalharam como ‘residentes’. Parecia que o caso se ia tornar pessoal para Steph, por estar a operar mais um miúdo depois da morte de Matty na semana passada, mas acabou por se tornar pessoal para Jo, já que a mãe tinha saído de casa com o filho para fugir ao marido abusivo. Marido abusivo que, quando um problema imprevisto aconteceu, se chegou à frente para ele próprio doar um rim. Como Jo deixou claro, isso não o torna um herói, não compensa o que fez, nem põe uma esponja em cima do assunto, porque há coisas que não se esquecem nem perdoam. Por isso, ela disse-lhe que, quando tudo tivesse terminado, ele se afastaria e nunca deixaria a mulher e o filho saberem que tinha sido ele o dador. Esta é mesmo a temporada em que as personagens que eu não suporto fazem coisas dignas de aplauso!
De Jo passo para April, que ficou no ‘comando’ quando Bailey se ausentou. Kepner continua firme, mas Jackson está decidido a provar que é um menino mimado que não pode ser contrariado. Ele não concorda com a posição de April? Temos pena! Não lhe diz respeito, por isso podia inibir-se de fazer comentários, já que isso só o faz parecer um puto parvinho que precisa de ser posto no lugar dele.
Meredith, pelo menos neste caso, é mais madura. Recusa o pedido de Bailey para voltar porque continua a não concordar com o que está a ser feito a Richard, mas quando este vai falar com ela, acaba por aceder regressar ao trabalho. Quer dizer, afinal de contas Bailey é quem manda, não vai recuar, portanto se Meredith não quer morrer de tédio em casa é bom que aceite voltar.
Quem também voltou a aparecer foi Amelia. Está de novo em casa de Meredith, embora continue sem trabalhar, e Maggie está contente por o grupinho estar outra vez debaixo do mesmo teto. Aliás, Maggie parece ter voltado ao normal depois de dois episódios a ser irritante ao extremo. Trabalhou com Andrew e Riggs no caso de uma mulher sem-abrigo, completamente desorientada, que apareceu no hospital. Veio a descobrir-se que desapareceu da universidade quando tinha 20 anos. Passaram 12 anos, os pais pensavam que estivesse morta, e de repente ela aparece, com um diagnóstico de esquizofrenia. É muita coisa com que lidar! E Riggs pareceu ter ficado afetado com aquilo. Pela primeira vez em muito tempo lembrei-me do pendente triângulo Maggie/Riggs/Meredith. Mais pendente do que isso só mesmo o casamento de Owen e Amelia. Não estou com muita vontade de lidar com os desenvolvimentos destas duas histórias, mas terão de acontecer mais cedo ou mais tarde.
Foi um episódio interessante o suficiente para ter valido a pena acordar cedo para o ver, mas também não fiquei propriamente extasiada. Tudo avança muito devagar, o que não será necessariamente mau, mas é urgente que a série se liberte do enredo da guerra entre os apoiantes do método de Eliza e os apoiantes de Richard. Até porque vamos pensar: quem apoia a permanência de Eliza apoia-a porque acredita no método dela; quem apoia Richard, apoia-o por lealdade a ele ou simplesmente fá-lo porque acha que um attending tem que ser sempre a pessoa de maior relevância num bloco de operações. Portanto, resumindo, a lealdade pessoal e o ego parecem sobrepor-se ao ensino.
Diana Sampaio
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