Guns don’t kill people…
Arrow decide tomar uma atitude ousada e atirar-se para a boca do lobo, que é como quem diz para um debate político sobre o uso e controlo de armas de fogo. Uma fuga à rotina de apenas ação de super-heróis, em que o verdadeiro herói da noite foi o prefeito Oliver Queen.
No Prós e Contras do Arrowverse tivemos: Rene completamente a favor do uso de armas para proteção (e com o que lhe aconteceu no passado ficamos a perceber bem porquê); Curtis numa visão oposta, sendo contra as pessoas terem-nas pois, segundo o seu ponto de vista, violência só gera mais violência; e Felicity a representar o lado de muitos, que acham que os debates são uma perda de tempo. E neste seguimento, para aqueles que vêm Arrow apenas como uma série para descontrair sem terem que refletir sobre os problemas de vida, este episódio surge como contra-produtivo. Pessoalmente gostei da mudança temática e, apesar de terem jogado pelo seguro, os produtores conseguiram habilmente arranhar a superfície de um tema complexo. Identificam-se com algum dos lados?
Numa série de heróis, o “vilão” desta semana surge como um problema bastante comum, que nós próprio vivemos no dia a dia quando ligamos a televisão e vemos notícias de acidentes com armas de fogo ou ataques de pessoas desequilibradas a escolas ou outros sítios públicos. Para um vilão real é preciso um herói real e por isso vemos Green Arrow a ser deixado de parte e Oliver Queen a assumir as rédeas. Desde a tentativa política para a resolução do assunto da legislação e registo das armas (muito simplista sim, mas o objetivo é fazer as pessoas estarem cientes e falarem do problema e não resolvê-lo através de uma série de televisão) até ao confronto final no hospital, Stephen Amell transmitiu a ideia de um prefeito de confiança que quando quer até sabe o que faz. Foi uma breve exposição de uma faceta verdadeiramente política de Oliver Queen que não se vê muito na série, mas que é bastante focada nalguns arcos nos comics. E foi também mais uma abordagem ao tema da violência e das mortes provocadas pela Team Arrow, que os produtores Marc Guggenheim e Wendy Mericle dizem ser apenas o começo de uma maior exploração do dilema.
O passado de Wild Dog foi dramático q.b. e encaixou-se bem no resto da história, mas podia ter sido mais ousado e surpreendente. Apesar de não o ter achado mau, estava à espera de melhor e acaba por ser talvez a parte mais fraca do episódio, com muitas falhas na ligação dos elementos e perguntas que ficam por responder. Com a perda da mulher, seguida da perda da custódia da filha, percebe-se a razão de Wild Dog ser tão selvagem quando entrou ao início para a equipa. A Team Arrow, mais do que uma equipa de combate ao crime, reforça também o seu papel como um meio de ajuda na reabilitação dos rebeldes e os desajustados cuja vida lhes deu coices demasiadas vezes. A dúvida que se põe é: quantos dos recrutas irão passar à próxima temporada? Será que iremos ver Rene a recuperar a custódia da filha e sair desta vida de vigilante?
Felizmente decidiram não forçar flashbacks da Rússia no episódio de hoje, guardando esse enredo para os momentos certos. Erros do passado, e principalmente da temporada passada, parecem ter sido aprendidos.
“Eu nunca devia ter-me ausentado”
Thea está de volta e o seu bom humor é contagioso. Espero que no futuro lhe deem uma história de relevância já que anda meio apagada nesta temporada. Quentin continua a provar que a desintoxicação funcionou e que está funcional e é uma ajuda valiosa. então com Rene como seu ajudante agora ninguém o pAra. O intercalar entre o ataque a Adrian Chase e a rápida aparição de Vigilante reforçam a hipótese de que se trata da mesma pessoa. Daqui a umas semanas teremos um episódio mais dedicado a Vigilante, pelo que a sua identidade provavelmente será revelada nessa altura. Quanto ao restante da Team Arrow: Diggle parece ter muita frustração acumulada e os seus níveis de violência estão um pouco acima do normal. No entanto, a sua relação com a novata Dinah é tão natural e espontânea que parece que já se conhecem há muito tempo; Dinah, com pequenos passos, vai-se adaptando a uma vida que é mais do que só vingança e, tendo-se agora juntado à força policial, irá talvez dar o apoio à equipa que antes competia a Quentin; Felicity continua a abusar do poder de Pandora para resolver todos os seus problemas, mantendo o resto da equipa na ignorância. Por enquanto o seu uso tem justificação, mas não sei se será sempre assim.
No próximo episódio, temos girl power quando China White, Cupid e Liza Warner fogem de Iron Heights e vão a Star City à procura de vingança. “The Sin-Eater” não parece à primeira vista um episódio que vá surpreender muito, mas pode ser que os produtores tragam uns twists interessantes. Até lá, salvem a vossa cidade!
Emanuel Candeias