Prosti!
Arrow leva-nos a visitar a Rússia, mas por sítios não muito aconselhados a turistas. Entre passado e presente, Talia de um lado e Diggle e Felicity do outro, Oliver e Bratva são as constantes que fazem mover o episódio.
Com um enredo bastante bom nos flashbacks e aceitável no presente, o episódio acaba por ser agradável, apesar de o ritmo da série ter diminuído significativamente esta semana.
Depois de a semana passada Oliver ter dado uma identidade ao seu “monstro” e começado a transformar-se em “someone else, something else”, Talia leva-o a riscar o primeiro nome da lista que o pai lhe deu. “You have failed Starling City!”. A cena inicial de “tiro ao alvo” foi espetacular e finalmente conseguimos começar a reconhecer o Oliver da 1.ª temporada. Já se sente que o final dos flashbacks está mesmo para chegar. Vão sentir saudades? E que será que irão fazer para a próxima temporada, será que serão substituídos por “something else”?
Os planos de Talia continuam um mistério, mas não se pode negar que ela está a ser uma tremenda ajuda para o crescimento de Oliver. No entanto, vinda da família al Ghul espera-se uma facada nas costas a qualquer momento.
Também gostei bastante do contraste entre a relação de Anatoly e Oliver no passado e no presente. Os Bratva comandados por Gregor são o tipo de máfia que queremos ver perder, mas a Bratva segundo Anatoly é algo com que podemos simpatizar e será parte do passado de Oliver que, não sendo heroico, também não queremos ver os laços completamente cortados.
Em 2017, o anterior confronto entre Diggle e o General Walker pareceu demasiado anti-climático para ser o final e para não esperarmos ver outra vez este militar corrupto. Após Walker fugir da prisão, a Team Arrow viaja então, usando o dinheiro dos contribuintes, com classe para a Rússia com a intenção de parar de vez o general e impedir que ele venda a ogiva nuclear roubada.
Algo bom que foi focado neste episódio foi a trindade de Arrow: Oliver, Diggle e Felicity são a equipa original e às vezes é bom sermos lembrados disso e serem analisadas e postas à prova as suas relações. Como Diggle diz, cada um deles é importante para fazer dos outros pessoas e heróis melhores.
Diggle parecia prestes a perder o controlo, tal como aconteceu na época do conflito com o seu irmão Andy. No entanto, desta vez conseguiu ser melhor e não escolher a via da justiça pelas próprias mãos. “You’re my brother, Oliver”. Finalmente resolvidos de vez os problemas de Diggle, estou ansioso para ver Spartan de volta à ação.
Por outro lado, os problemas de Felicity parecem estar só a começar. Sendo em grande parte responsável pela libertação de Diggle graças à pen que o grupo Helix lhe deu, o poder que agora possui nas mãos está a subir-lhe à cabeça e os seus modos antigos como hacktivista estão a submergir de novo. Rory não conseguiu chamá-la à razão e Felicity pode estar a seguir um rumo que a aproximará do que o pai dela (The Calculator) se tornou.
A nova Black Canary vai-me conquistando de dia para dia. “You’re my favorite american!” Para quem segue as bandas desenhadas facilmente identifica a personalidade irreverente da personagem e o aspeto de fazer Oliver ver que os problemas dele não são tão impossíveis de resolver e que ele não precisa de andar sempre deprimido e a queixar-se.
Já Curtis, entretém-nos com o seu humor e maneira de ser descontraída, mas ainda não encontrou o seu lugar na equipa, sendo agora pouco mais do que uma sombra de Felicity.
A extensão dos poderes de Ragman nunca tinha sido posta à prova até agora. Depois de sobreviver ao acidente de Havenrock, ser impenetrável a balas e resistir mesmo a granadas, parece que uma bomba nuclear à queima-roupa é o que basta para inutilizar os “trapos mágicos”. Também não é de admirar, uma vez que a absorção desse tipo de explosão é o suficiente para deixar até o Man of Steel com cara de zombie (como bem vimos em Batman vs Superman). Foi um sacrifício digno de Rory impedir que o que lhe aconteceu a ele acontecesse a outras pessoas, mas se não perdesse os seus poderes seria demasiado exagerado. Espero que não seja o fim para ele, e que de alguma maneira consiga descobrir uma forma de remediar as suas vestes. Com o seu senso de moral, as expressões judaicas e poderes incomparáveis, a perda de Ragman é uma baixa significativa para a Team Arrow.
O plot entre Quentin Lance (está de volta!) e Rene foi simples, mas com significado. Rene é “pau para toda a obra”, ajudando quem precisa. Acabado de sair da reabilitação, foi uma decisão apressada de Quentin querer enfrentar logo Susan Williams. Ainda bem que Rene, com o seu jeito direto e sem papas na língua, estava lá para o preparar. Quem diria que o cabeça-quente do grupo guardaria tanta sabedoria! A conversa final entre os dois foi um bom momento de drama que nos faz querer que Quentin esteja realmente recuperado e volte ao seu eu anterior.
Susan Williams é uma cascavel malvada. Não é? Não consigo perceber em que medida, mas ela não está a aprontar nada de bom. Que quererá ela ao desenterrar o passado de Oliver? Irá revelar ao mundo que ele é o Green Arrow? Parece que enquanto Oliver acha que a relação deles está a evoluir na realidade não passa tudo de uma fachada. Mas será que esta jornalista iria tão longe só para ter uma grande notícia?
O próximo episódio, “Spectre of the Gun”, será focado no passado de Rene e no que o levou a transformar-se em Wild Dog. Até lá, salvem a vossa cidade!
Emanuel Candeias