Antes de avançar especificamente para este episódio, é de ressalvar que o eco do discurso de Ragnar continua a marcar o rumo dos acontecimentos e foi um momento apoteótico da série. A grandiosidade de Ragnar e a sua eloquência foram consagrados pela presença de Odin entre os comuns mortais.
A armada de Bjorn está de regresso aos mares para retornar a Kattegat em virtude dos recentes acontecimentos. Falta apenas deixar o elemento que deixou de fazer parte da família viking. Confesso que esperava muito mais da presença de Rollo nestes episódios. Limitou-se a aparecer, mas a sua importância foi diminuta e a única ideia com que ficamos é que ele nunca será bem-vindo entre os que outrora foram “o seu povo”, razão pela qual também não faria muito sentido levá-lo nesta jornada, mas se foi o preço a pagar pela passagem está pago e não trouxe grandes dividendos à série. O saldo desta demanda precocemente terminada resume-se a algumas mercadorias, mulheres e alguma cultura desconhecida que vêm agora para as terras nórdicas.
Lagertha comanda a construção de uma “fortaleza” para proteger o império viking, que tem crescido a olhos vistos, originando o desejo de cobiça de outros povos. Mas para além dos inimigos externos, Lagertha continua com um alvo apontado a ela e a ameaça vive em Kattegat. Ivar cresce como personagem a cada episódio e, consigo, a sua loucura e desejo de vingança. O que se calhar pouca gente esperava é que Ubbe se juntasse ao irmão nesta revolta. Parecia que Ubbe estava disposto a consentir com a liderança de Lagertha, e até Lagertha penso que tinha essa ilusão de que ele poderia ser seu aliado dado às suas semelhanças com o jovem Ragnar por quem ela se apaixonou, mas no final de contas, Sigurd é o único sensato entre os irmãos, muito por culpa da atitude da mãe durante a sua infância. Começámos a perceber que Ubbe não estaria disposto a ceder quando por sua livre vontade decide libertar Margrethe.
Ubbe e Ivar montaram um plano para deixar Lagertha à sua mercê, para pôr fim à sua vida. Mas no momento em que tudo se encaminhava para esse desfecho, chega o regressado Bjorn e a sua armada e Bjorn recorda-os que há uma vingança que se eleva sobre todos os outros valores e nessa estão todos unidos, a vingança sobre a morte de Ragnar. Em Inglaterra, o Rei Ecbert sabe o poderio que se encaminha para as suas terras e a ameaça que constitui e pede ao seu filho que prepare as defesas. Judith viaja até às terras do seu pai, o Rei Aelle, e alerta-o, mas ele parece estar convencido de que o seu reino é impenetrável e não há exército que constitua ameaça para si, mas essa soberba poderá muito bem vir a ser a sua ruína.
Quando Vikings retornou, há algumas semanas atrás, o vidente previu que o regresso de Ragnar seria a desgraça de Bjorn. O facto é que ele teve de abandonar a sua demanda e irá velejar rumo à vingança da morte do pai. Com certeza que se avizinham batalhas decisivas para o futuro Bjorn, mas, à semelhança da sua mãe, tem próximo de si quem não goste da sua supremacia e, mais tarde ou mais cedo, os irmãos Finehair e Halfdan poderão traí-lo em seu benefício.
O final do episódio deixa-nos já a desejar o próximo quando Floki constrói para Ivar algo que o tornará “completo” fisicamente e ainda mais ameaçador. Já Bjorn envolve-se com a parceria da mãe, que também não está tão alinhada com Lagertha como já esteve.
André Borrego