Quando se pensa que é impossível superar um determinado nível, ou pelo menos mantê-lo, quando se pensa que não é possível após o episódio anterior conseguir tantas reviravoltas, Sherlock prova-nos uma vez mais estarmos errados, agarrando-nos ao ecrã durante 1h e 28m do que pode ou não (esperemos muito que não) ter sido a última vez que o vemos no ecrã neste papel.
Sobre o episódio não me irei alongar muito, trata-se de mais uma obra prima que, numa interpretação que lhe faz justiça, desvendamos finalmente os mistérios à volta de Euros, a irmã mais nova de Sherlock e mais inteligente que qualquer outra pessoa à face da terra. Levados até ela pelos eventos do episódio anterior, Moriarty, Sherlock e Watson são apanhados no seu jogo, enquanto observam a influência rápida que ela consegue ter sobre qualquer ser humano que se deixe aproximar dela, como foi o caso do diretor da prisão. Assim, Euros encontra-se livre enquanto os quatro se encontram fechados com problemas por resolver. Primeiro, Sherlock tem de conseguir que um dos seus companheiros mate o diretor, de modo a salvar a sua mulher. De seguida, é obrigado a brincar com os sentimentos de Molly, quando incapacitado sobre escolher o seu irmão ou o seu fiel companheiro, é levado a ter que resolver um dos maiores mistérios da sua infância, o seu maior medo, o desaparecimento de Redbeard e caso não o consiga fazer Watson irá morrer. Enquanto enfrenta isto está também em comunicação com uma rapariga que se encontra num avião sozinha e não consegue descer; a solução deste mistério é genial e brilhante.
O mais impressionante sobre este episódio não foram os desafios que Sherlock teve que ultrapassar, nem mesmo a emoção que demonstrou durante este episódio, mas sim a forma como todos os pormenores, alguns que nos acompanham desde a primeira temporada, se interligam: desde o misterioso regresso de Jim Moriarty até ao facto de que ele sabia da existência de Redbeard. Como é que esta mulher consegue ter tanta influência sobre alguém é deixado um mistério.
Os únicos mistérios que ficam por resolver seria mais uma aparência de Irene Adler, com quem Sherlock ainda trocava mensagens, e saber como é que este fingiu o seu suicídio. Não chega para uma temporada, mas são certamente coisas que gostaríamos de ver.
Assim resta agradecer a toda a equipa fantástica que tornou estas quatro temporadas possíveis, desejar que não seja a última, mesmo que tenhamos que esperar ainda mais do que esta vez. Enquanto for possível manter esta qualidade, e eu acredito que eles conseguem, estamos face a uma das maiores obras de arte que passam na televisão. Por isso, obrigado! E como Mary deixou bem dito, quando houver uma alma perseguida, um caso estranho que precise de ser resolvido, eles estarão lá, os nossos Baker Street Boys.
Raul Araújo